Torero fala sobre Papis et circenses, vencedor do Prêmio Paraná 2012 27/06/2013 - 09:30
Entre os ganhadores do primeiro Prêmio Paraná de Literatura (2012), José Roberto Torero era o autor mais experiente. Autor de 25 livros, o jornalista e escritor ganhou o Prêmio Jabuti em 1995, pelo romance O Chalaça, que viraria um best-seller da literatura nacional. Ainda assim, acostumado aos holofotes, Torero diz que a premiação paranaense tem lugar de destaque em sua biografia, principalmente por se tratar de um concurso em que os jurados analisam as obras às cegas, sem saber o nome verdadeiro do autor. “Aqui quem ganha é o texto. E só ele é que importa”, diz o escritor. Nesta breve entrevista, Torero fala um pouco da concepção de Papis et circenses, o livro vencedor da categoria Contos (Prêmio Newton Sampaio), que ganhará uma nova edição, em breve, pela Alfaguara.
Você é um autor bastante experiente, com muitos livros e prêmios no currículo. O que representou para sua carreira a vitória no Prêmio Paraná de Literatura?
Representou muito. Junto com o Jabuti recebido pelo Chalaça, é o prêmio mais importante que já ganhei. E, por um azar absurdo, não pude estar em nenhuma das premiações.
Participar de um concurso em que o juri escolhe às cegas, sem saber o nome do autor, é diferente?
É muito melhor. Em outros tipos de concurso, o nome do autor, da editora, os amigos e inimigos do autor e a cobertura da imprensa podem acabar influindo, para o bem ou para o mal. Aqui, não. Aqui quem ganha é o texto. E só ele é que importa.
Na entrega do Prêmio Paraná, sua mulher, que lhe representou na ocasião, disse que a ideia do livro surgiu na Itália. Como foi o processo de escrita?
Estávamos numa livraria em Florença e comprei uma caderneta bonitona, com uma cruz na capa. Depois da viagem, fiquei olhando para ela e pensando no que poderia escrever ali. Aí veio a ideia de fazer um micro conto sobre Pedro. Gostei, comecei a pesquisar a história de outros papas e a escrever outros contos. Mas só consegui fazer a versão final quando estava em Curitiba, dando, justamente, uma oficina de contos por uma semana. Como as aulas eram à tarde, aproveitava as manhãs e as noites para acabar o livro. Mandei o arquivo para minha mulher, que imprimiu, encadernou e enviou o livro.
Os contos de Papis et circenses trabalham com um tema histórico – a sucessão de papas. Houve muita pesquisa ou se deixou guiar apenas pela ficção a partir da lista de pontífices?
Houve muita pesquisa. Tudo o que está no livro é verdade. Ou, pelo menos, alguém disse que é.
Aliás, o tema parece pouco explorado na literatura, não? Você se inspirou em algum livro específico que trate do tema?
Li vários livros. Uns mais iconoclastas, outros francamente católicos. Mas todos eram bem sérios. E nenhum recorria à ficção. Pelo menos, não declaradamente.
Com a renúncia de Bento XVI, haverá, nesta nova edição, um novo capítulo a respeito do atual pontífice, Francisco? Fará outras mudanças?
Sim, a edição comercial terá um conto para Francisco.
Você é um autor bastante experiente, com muitos livros e prêmios no currículo. O que representou para sua carreira a vitória no Prêmio Paraná de Literatura?
Representou muito. Junto com o Jabuti recebido pelo Chalaça, é o prêmio mais importante que já ganhei. E, por um azar absurdo, não pude estar em nenhuma das premiações.
Participar de um concurso em que o juri escolhe às cegas, sem saber o nome do autor, é diferente?
É muito melhor. Em outros tipos de concurso, o nome do autor, da editora, os amigos e inimigos do autor e a cobertura da imprensa podem acabar influindo, para o bem ou para o mal. Aqui, não. Aqui quem ganha é o texto. E só ele é que importa.
Na entrega do Prêmio Paraná, sua mulher, que lhe representou na ocasião, disse que a ideia do livro surgiu na Itália. Como foi o processo de escrita?
Estávamos numa livraria em Florença e comprei uma caderneta bonitona, com uma cruz na capa. Depois da viagem, fiquei olhando para ela e pensando no que poderia escrever ali. Aí veio a ideia de fazer um micro conto sobre Pedro. Gostei, comecei a pesquisar a história de outros papas e a escrever outros contos. Mas só consegui fazer a versão final quando estava em Curitiba, dando, justamente, uma oficina de contos por uma semana. Como as aulas eram à tarde, aproveitava as manhãs e as noites para acabar o livro. Mandei o arquivo para minha mulher, que imprimiu, encadernou e enviou o livro.
Os contos de Papis et circenses trabalham com um tema histórico – a sucessão de papas. Houve muita pesquisa ou se deixou guiar apenas pela ficção a partir da lista de pontífices?
Houve muita pesquisa. Tudo o que está no livro é verdade. Ou, pelo menos, alguém disse que é.
Aliás, o tema parece pouco explorado na literatura, não? Você se inspirou em algum livro específico que trate do tema?
Li vários livros. Uns mais iconoclastas, outros francamente católicos. Mas todos eram bem sérios. E nenhum recorria à ficção. Pelo menos, não declaradamente.
Com a renúncia de Bento XVI, haverá, nesta nova edição, um novo capítulo a respeito do atual pontífice, Francisco? Fará outras mudanças?
Sim, a edição comercial terá um conto para Francisco.