A obra de Caio Fernando Abreu é destaque do jornal Cândido 13/04/2016 - 12:30

A edição de abril do jornal Cândido, publicado pela Biblioteca Pública do Paraná, discute a obra do escritor gaúcho Caio Fernando Abreu, morto há 20 anos. Cada vez mais lido, citado, encenado e até mesmo compartilhado nas redes sociais, Caio F., como o autor era conhecido entre os amigos, foi um escritor prolífico e intenso, que se aventurou, com grande êxito, em diversos gêneros, como conto, romance, crônica e teatro.

A partir de entrevistas com especialistas, críticos e amigos do escritor, o jornal resgata a trajetória intelectual de Caio. O poeta, crítico e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Italo Moriconi afirma que toda a literatura do gaúcho gira em torno dos “afetos”. “Mais que propriamente as paixões, são os afetos”, diz Moriconi.

Além de Moriconi, a reportagem do Cândido entrevistou outros estudiosos. Para a professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Tânia Pellegrini, Caio dialogou literariamente com 2 renomados autores brasileiros. “O mais claro diálogo [de Caio] acontece com Clarice Lispector, de quem herda o mergulho nas profundezas da subjetividade”, afirma, acrescentando que outra interlocução do escritor se dá com Graciliano Ramos e a sua meticulosa metodologia construtiva.

Ivan Pinheiro Machado, editor da L&PM, conta de que maneira conheceu o escritor e também faz uma análise da literatura de Caio: “Sua obra se caracterizava por um extremo apuro formal e temática cosmopolita, na medida em que ele foi um escritor urbano, o que não era comum na época no Brasil. Caio estava mais para o rock and roll enquanto a maioria dos autores buscava a tal 'brasilidade' no romance histórico ou no romance regionalista.”

Além do especial, a 57º edição do Cândido ainda traz uma entrevista com o escritor e compositor Jorge Mautner, que acaba de lançar Kaos total, compilação que vai fundo na produção escrita do tropicalista. O multiartista fala sobre inspirações, literatura brasileira, crise, nazismo e, é claro, seu assunto preferido: a riqueza cultural do Brasil.

Já o artista Robson Vilalba apresenta a HQ “O Cântico”, inspirada na obra do contista paranaense Newton Sampaio (1913-1938). Entre os inéditos, contos do curitibano Luís Henrique Pellanda e do carioca Alberto Mussa, além de três poemas da portuguesa Celeste Ribeiro de Sousa.

Serviço:
O Cândido tem tiragem mensal de 10 mil exemplares e é distribuído gratuitamente na Biblioteca Pública do Paraná e em diversos pontos de cultura de Curitiba. O jornal também circula em todas as bibliotecas públicas e escolas de ensino médio do Estado. É enviado, via correio, para assinantes a diversas partes do Brasil. É possível ler a versão online do jornal em www.candido.bpp.pr.gov.br. O site também traz conteúdo exclusivo, como entrevistas, vídeos e inéditos.

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