Quatro décadas entre os livros 17/10/2014 - 15:20
Funcionária mais antiga da BPP, Bernadette Trzeciak de Oliveira celebra quarenta anos de dedicação aos livros
Thiago Lavado
Nos anos 1960, quando o acesso ao livro e à informação ainda era privilégio de poucos, a Biblioteca Pública do Paraná contava com um ônibus para percorrer os lugares mais afastados de Curitiba e facilitar o encontro dos leitores com a literatura. Marcante para uma geração de leitores, a biblioteca móvel mudou também a vida de Bernadette Trzeciak de Oliveira. Impressionada com a novidade, um dia profetizou ao pai que no futuro trabalharia com livros. Quarenta anos depois, Bernadette é hoje a funcionária mais antiga da BPP.
Após se formar em Biblioteconomia, em 1971, trabalhou como professora enquanto aguardava a abertura de um concurso público para atuar na profissão que havia escolhido. “Fiz o magistério, mas de início não gostava de dar aulas. Depois de alguns anos me acostumei, até que então passei no concurso da Biblioteca”, conta.
Em 1974, aos 26 anos, inicia a tão sonhada carreira na BPP. Bernadette começou trabalhando na Divisão Infantojuvenil (hoje Seção Infantil), voltada para crianças e estudantes do primeiro e do segundo graus. Mas, depois de 18 anos, em 1992, foi deslocada à Divisão de Extensão, onde está até hoje. Entre outras atribuições, o setor é responsável pela operacionalização do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas e por toda a extensão de serviços realizados pela BPP às outras 465 bibliotecas públicas do Estado, como a capacitação a atendentes de bibliotecas.
Um dos projetos que mais lhe dão prazer, ainda hoje, é a organização e gerenciamento da Caixa-estante, iniciativa que leva livros a instituições públicas, escolas e penitenciárias em todo o Estado.
Profissional e pessoal
Dos primeiros anos de biblioteca, Bernadette lembra das lojas discos no centro, quando os vinis ainda predominavam. Algumas das músicas da época estão registradas em sua memória afetiva e se misturam às lembranças dos entusiasmados primeiros anos de profissão.
No decorrer de quatro décadas dedicadas aos livros, ela guarda histórias marcantes, que influenciaram a sua trajetória e de sua família. A funcionária da BPP apresentou o hoje cunhado, que foi fazer a inscrição para um torneio de xadrez, à irmã. “Eu disse que ele [cunhado] deveria voltar no outro dia com alguns dados e documentos. Na realidade, nem eram necessários. Aí marquei com minha irmã um encontro na biblioteca, quando a apresentei ao rapaz”, explica em meio a risos.
Além das lembranças afetivas, Bernadette se sente orgulhosa pela importância que a Biblioteca Pública do Paraná tem, não só em Curitiba, mas como em todo Estado, difundindo a leitura e a cultura.
Lembra também dos grandes nomes da literatura, brasileira e paranaense, que frequentaram a BPP. “Era muito bacana ver na Biblioteca os autores de romances que lia, como a Ruth Rocha, Ziraldo e a poeta Helena Kolody”, relata.
A literatura paranaense, aliás, tem espaço garantido na Caixa-Estante. A bibliotecária acompanha com atenção a produção local para fazer a seleção das obras. “Há muito autores produzindo bastante, como o Miguel Sanches Neto e o Marcio Renato dos Santos. Tenho a oportunidade de ler esses livros antes de muita gente. É uma felicidade muito grande trabalhar com isso. Só me ressinto porque gostaria de ler tudo e não tenho tempo”, diz.
Hoje, aos 67 anos, Bernadette se aposentou da docência devido a problemas de saúde. Da BPP, porém, a aposentadoria só virá quando for obrigada, seja pela saúde ou pela lei, que não permite que servidores públicos tenham mais de 70 anos. “Sempre trabalhei com aquilo que gosto, e quem trabalha com aquilo que gosta é feliz. Algumas pessoas contam o tempo para se aposentar, eu não tive esse problema”.
No decorrer de quatro décadas dedicadas aos livros, ela guarda histórias marcantes, que influenciaram a sua trajetória e de sua família. A funcionária da BPP apresentou o hoje cunhado, que foi fazer a inscrição para um torneio de xadrez, à irmã. “Eu disse que ele [cunhado] deveria voltar no outro dia com alguns dados e documentos. Na realidade, nem eram necessários. Aí marquei com minha irmã um encontro na biblioteca, quando a apresentei ao rapaz”, explica em meio a risos.
Além das lembranças afetivas, Bernadette se sente orgulhosa pela importância que a Biblioteca Pública do Paraná tem, não só em Curitiba, mas como em todo Estado, difundindo a leitura e a cultura.
Lembra também dos grandes nomes da literatura, brasileira e paranaense, que frequentaram a BPP. “Era muito bacana ver na Biblioteca os autores de romances que lia, como a Ruth Rocha, Ziraldo e a poeta Helena Kolody”, relata.
A literatura paranaense, aliás, tem espaço garantido na Caixa-Estante. A bibliotecária acompanha com atenção a produção local para fazer a seleção das obras. “Há muito autores produzindo bastante, como o Miguel Sanches Neto e o Marcio Renato dos Santos. Tenho a oportunidade de ler esses livros antes de muita gente. É uma felicidade muito grande trabalhar com isso. Só me ressinto porque gostaria de ler tudo e não tenho tempo”, diz.
Hoje, aos 67 anos, Bernadette se aposentou da docência devido a problemas de saúde. Da BPP, porém, a aposentadoria só virá quando for obrigada, seja pela saúde ou pela lei, que não permite que servidores públicos tenham mais de 70 anos. “Sempre trabalhei com aquilo que gosto, e quem trabalha com aquilo que gosta é feliz. Algumas pessoas contam o tempo para se aposentar, eu não tive esse problema”.
