Mais de 200 pessoas prestigiaram ontem a primeira edição do projeto “Um Escritor na Biblioteca” em 2013, que contou com a participação de Ignácio de Loyola Brandão. Personalidade influente da cultura brasileira, Brandão falou sobre suas primeiras bibliotecas: uma adquirida por meio de economias de seu pai ferroviário, a outra de sua cidade natal, Araraquara, interior de São Paulo. O autor de 39 livros, Ignácio contou histórias fantásticas, como a do menino, fotografado pelo paranaense Henry Milléo, que achou em um lixão um exemplar de Não verás país nenhum e tomou gosto pela leitura. “Esse caminho do livro, surpreendente. Podem até jogar no lixo, mas alguém sempre encontra, recupera e dá novo ciclo à obra”, disse, com não pouca emoção, o autor, entre outros, de Zero e Bebel que a cidade comeu.

O momento mais emocionante do encontro se deu quando o escritor relatou um episódio do período em que era estudante e, sem saber nada de matemática, preencheu, com giz, o quadro negro com todos os símbolos matemáticos que conhecia. “O professor deu 10. E foi pela minha capacidade de fantasiar. Dez pelo meu delírio. Disse que eu deveria seguir com a minha vida em meio à imaginação”, contou, para em seguida ser aplaudido por mais de um minuto pelo público.

Brandão, cronista do jornal O Estado de S.Paulo, surpreendeu. Além da conversa animada, chegou a se levantar da cadeira, brincou com o público, com o mediador, Luis Henrique Pellanda e com os profissionais da E-Paraná, que gravaram o bate-papo, que será exibido, em breve, pelo cantal de TV, além de ser transcrito na edição de maio de 2013 do jornal Cândido, da BPP. 

O próximo encontro de 2013, marcado para o dia 8 de maio, tem como convidado o  escritor Roberto Gomes.