O conhecimento de Roberto Gomes 10/05/2013 - 12:44

Noventa minutos de bate-papo agradável a respeito de leitura, escrita e toda uma vida ligada à leitura. Foi dessa maneira a segunda edição de 2013 do projeto “Um Escritor na Biblioteca”, na noite de ontem, dia 8 de maio. O escritor catarinense Roberto Gomes, de 69 anos, falou de seu percurso, ligado a uma inexplicável atração pela palavra escrita, que surgiu quando ele era menino e morava em Blumenau (SC). O pai, João Gomes, mantinha um jornal nas dependências da casa e, em meio à gráfica que se misturava com a redação, o pequeno Roberto tomou gostou pelas letras.

RG

No auditório Paul Garfunkel, no segundo andar da Biblioteca Pública do Paraná, onde acontecem os bate-papos, havia público de todas as idades. Do veterano livreiro Eleotério Burrego aos alunos do ensino médio do Sesi Araucária, incluindo o escritor Guido Viaro. Todos acompanharam atentamente o depoimento de Gomes, que atraiu a atenção com frases instigantes. Ele afirmou que ler não é uma atividade fácil. “Hoje, todos querem a facilidade. Mas nada é fácil na vida. É demorado para aprender a ler. Esse imediatismo que domina o nosso tempo é algo nocivo”, afirmou o convidado, na conversa mediada pelo jornalista e escritor Luiz Andrioli.

 
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Autor, entre outros, do romance Júlia e da novela O conhecimento de Anatol Kraft, Gomes arrancou risadas da plateia ao confessar não lembrar de determinados episódios de sua trajetória — “a memória mistura tudo e apaga muita coisa” — e também ao garantir que todo escritor é um mentiroso. “O escritor precisa inventar uma mentira para dizer uma verdade”. O bate-papo será transcrito, editado e publicado na edição de junho do jornal Cândido. O próximo encontro, marcado para 5 de junho, tem como convidado o escritor Ronaldo Correia de Brito.

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