Retrato de um artista

Gabriel García Márquez

Gabriel García Márquez


A literatura feita na América do Sul nunca esteve tão em evidência quanto nas décadas de 1960 e 1970. O chamado boom latino-americano trouxe à tona o que ficou conhecido como realismo mágico, um tipo de literatura com certa primazia da fantasia e da imaginação sobre a observação realista. Cem anos de solidão, o clássico de Gabriel García Márquez, é o ponto mais alto desse período que revelou ainda outros grandes livros e autores, como o argentino, nascido na Bélgica, Julio Cortázar e o brasileiro Murilo Rubião. Criado pelos avós, a infância na cidade de Arataca e as lendas contadas pelos parentes marcaram de forma profunda sua ficção. Figura mais popular da literatura hispânica desde Cervantes, García Márquez vendeu mais de 50 milhões de livros. O mais lido certamente é Cem anos de solidão (1967), épico sobre a família fictícia Buendía, que vive na cidade de Macondo, cenário que paira no imaginário de leitores há várias gerações. Além de Cem anos de solidão, García Márquez é autor de O outono do patriarca, Ninguém escreve ao coronel, Crônica de uma morte anunciada e O amor nos tempos do cólera, seus romances mais populares. Gabo, como era chamado por amigos e fãs, também é associado aos nomes mais representativos do chamado “new journalism”, corrente do jornalismo marcada pela liberdade com que são retratados fatos reais, à qual pertence o norte-americano Tom Wolfe. O autor faleceu em abril deste ano, na Cidade do México.


Rômolo D’Hipólito nasceu em Foz do Iguaçu, em 1983. Iniciou nas artes gráficas durante a adolescência, publicando o fanzine Chapa, em 1999. O artista transita por diversas linguagens como quadrinhos, animações, pinturas e cartuns. Seus trabalhos foram reconhecidos e premiados pela e pelo Festival Animamundi, além de ter participado de exposições no Brasil e no exterior. Vive em São Paulo (SP).