Poema | Francisco Alvim

Alegria

Borboletas desaparecem
no porão
Na sala enorme
iluminada
flores se expandem
em meio a vozes moças
alegres
Guirlandas de flores,
de ar
Basta tocar uma delas
(é um sonho)
para que de cada flor
surjam de novo
as borboletas
a voar
seu voo de papel —
amarelo

      Ilustração Índio San
fa



Francisco Alvim nasceu em Araxá, Minas Gerais, em 1938. Seu primeiro livro foi Sol dos cegos (1968). Nos anos 1970, integrou o grupo Frenesi, que constituiu a primeira leva dos chamados “poetas marginais”. É autor de, entre outros livros de poesia, Passatempo (1974) e Elefante (2000). Alvim vive em Brasília (DF).