Editorial

Entre as décadas de 1960 e 1970, teóricos afirmavam que a narrativa ficcional estaria esgotada, até porque, especialistas tinham quase certeza, após as experiências de James Joyce, com os romances Ulysses (1922) e Finegans wake (1939), que não haveria mais nada a ser feito. Foi naquele contexto que alguns autores da América Latina surpreenderam o mundo publicando uma nova ficção que encontrou ressonância entre a crítica e o público leitor.

A projeção de Gabriel García Marquéz, Mario Vargas Llosa, Carlos Fuentes, Alejo Carpentier e Julio Cortázar, entre outros escritores, é conhecida como o boom literário latino-americano — tema da edição de maio do Cândido.

A reportagem do jornal consultou três dos mais renomados professores que estudam o assunto: Ana Cecília Olmos, da Universidade de São Paulo (USP), Claudio Celso Alano da Cruz, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Maurício de Bragança, da Universidade Federal Fluminense (UFF). Eles explicam o que o boom representa, qual o impacto da produção literária e também comentam a sombra que García Marqúez, Llosa, Fuentes e Cortázar deixaram para os nomes das gerações recentes, que publicaram antologia e manifesto em busca de visibilidade.

Laura Janina Hosiasson, professora de Literatura Hispano-americana na Universidade de São Paulo (USP), assina um ensaio inédito sobre o boom e a equipe do Cândido apresenta 10 títulos para os leitores interessados em conhecer ainda mais a produção dos autores que, literariamente, reinventaram a América Latina.

O jornal também publica um fragmento de O uruguaio, novela do escritor argentino Copi (1939-1987) — que deve ser lançada no Brasil ainda em 2015 pela Rocco, com tradução de Carlito Azevedo. E uma história do contista argentino Pablo Ramos, traduzido por Mariana Sanchez, completa o especial.

Boa leitura!