Editorial

Nesta edição, o Cândido abre espaço para reflexões a respeito do romance histórico — as narrativas de ficção elaboradas a partir de episódios da história. O assunto é complexo e instigante. É possível conhecer episódios do passado a partir da leitura de obras literárias? O escritor Alberto Mussa diz que não. “Todo romance é, por convenção e definição, uma narrativa irreal, ficcional. Não tem, por isso, quase nada a ver com a vida”, afirma Mussa.

Além do escritor carioca, a reportagem do Cândido entrevistou os escritores Roberto Gomes e Rodrigo Garcia Lopes, o professor universitário Alcmeno Bastos, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o doutorando em literatura na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Cristiano Mello de Oliveira.

Todos eles contribuem com pontos de vista para ampliar os conhecimentos sobre o assunto. Oliveira, por exemplo, acredita que o excesso de informação pode prejudicar um romance histórico. Já o professor Bastos observa que uma narrativa ficcional inspirada na história não é, por exemplo, superior, nem inferior, a um romance de costumes, regionalista ou psicológico: “O romance histórico é, antes de tudo, romance.”

Luiz Antonio de Assis Brasil, escritor, professor de criação literária e autor de romances que recriam literariamente episódios da história do Rio Grande do Sul, elaborou um ensaio inédito para o Cândido e, para completar a edição, o jornal publica fragmentos iniciais de um romance histórico inédito escrito em parceria por José Roberto Torero e Marcus Aurelius Pimenta — além de uma lista com 10 romances históricos.

Boa leitura!