Editorial

Nos últimos anos, um movimento que envolve editoras, o poder público e escritores, tenta alavancar a difusão da literatura brasileira no exterior. Depois dos fenômenos Jorge Amado e Paulo Coelho, dois dos autores nacionais mais conhecidos no mundo, outros escritores têm conseguido êxito em mercados editoriais estrangeiros.

De Milton Hatoum, traduzido em 12 países, a Alberto Mussa, com nove traduções de sua obra, a literatura brasileira, aos poucos, avança em territórios até então inóspitos. A razão desse avanço, em grande parte, se deve ao dinamismo experimentado pelo mercado editorial brasileiro nas últimas décadas, com o surgimento de mais editoras e, consequentemente, mais agentes interessados em vender a literatura brasileira a outros países. Por outro lado, ações do Estado, como o Programa de Apoio à Tradução e Publicação de Autores Brasileiros no Exterior e a criação da Revista Machado, ambos coordenados pela Fundação Biblioteca Nacional, também ajudam na proliferação da ficção nacional pelo mundo.

O Cândido ouviu editores, escritores e tradutores que debateram o tema em matérias e entrevistas publicadas no especial de capa. Berthold Zilly, tradutor de Guimarães Rosa e Euclides da cunha, concede uma grande entrevista sobre os desafios de verter ao seu idioma Grande sertão: veredas. Também fala sobre o interesse do leitor alemão pela literatura brasileira. A edição ainda traz perfil do ator curitibano Guilherme Weber e texto que desvenda a trajetória de Tanto faz, o clássico de Reinaldo Moraes, na seção “Making of”.

Entre os inéditos, Cândido publica em primeira mão trechos dos livros ganhadores do Prêmio Paraná de Literatura. O curitibano Luís Henrique Pellanda também aparece com conto “Serafim bailarino”, na seção “Em busca de Curitiba”.

Boa leitura.