Editorial

Além de desencadear políticas públicas que visam incutir o gosto pelos livros nas novas gerações, a iniciação do público jovem no universo literário é um tema que costuma render boas discussões. Mas qual seria o melhor caminho para essa iniciação? Há livros mais apropriados a quem deseja entrar no universo da ficção?

Esta edição do Cândido se dedica a investigar de que forma a literatura entra nas vidas de jovens leitores. O especial traz reportagens que buscam demonstrar os diversos caminhos possíveis para gostar de ler, como a influência de escritores canônicos, as diversas coleções que pretendem fisgar leitores e os livros que fazem a cabeça da juventude atual. Especialistas em leitura, escritores e leitores também falam sobre o papel das instituições públicas, como escolas e bibliotecas, e da família neste processo de iniciação.

“Um leitor tende a desenvolver uma relação rica com a realidade, passando a emitir opiniões e se desviando, por exemplo, da ideia- -força do fatalismo e da alienação”, diz o jornalista José Carlos Fernandes, que desenvolveu pesquisa de doutorado em que acompanhou 12 pessoas que, pelos mais improváveis caminhos, se tornaram leitores.

A edição também traz poema inédito de Manoel de Barros, que aos 96 anos mantém-se ativo na literatura e é um dos principais nomes da poesia nacional. A seção “Em busca de Curitiba” publica texto do poeta e dramaturgo Alexandre França. Uma grande entrevista com o romancista carioca Alberto Mussa, depoimento de Domingos Pellegrini e conto de João Anzanello Carrascoza completam a edição.

Boa leitura.