Biblioteca Afetiva

wilame
Diferentemente do que vemos atualmente por aí na ficção brasileira, O fiel e a pedra, romance de 1961 do pernambucano Osman Lins, é uma obra séria, densa e que exige do leitor dedicação especial. Não se pode ter pressa para lê-lo, tampouco esperar que grandes acontecimentos surjam a cada capítulo. A saga (silenciosa e cotidiana) do trabalhador rural Bernardo Cedro na busca pelos seus direitos, pela manutenção de sua honra, é exemplar e nos encoraja a seguir vivendo de acordo com nossos princípios, ainda que, para isso, talvez, precisemos pagar um preço alto. O final de O fiel e a pedra, “a Eneida do sertão”, é surpreendente.

Wilame Prado tem 28 anos e nasceu em São Paulo (SP). É jornalista e cronista em Maringá (PR). Estreou na literatura em 2011, com o livro de contos Charlene Flanders, que voava em seu guarda-chuva roxo, mudou minha vida?

joão dusi

É possível afirmar, superficialmente, que a trama da novela Liquidação, de Imre Kertész, gira em torno do narrador, Amargo, em busca de um manuscrito perdido de B., escritor que carrega o fardo de ter nascido em Auschwitz — não por muito tempo. Após o suicídio de B., Amargo revisita o passado em busca de respostas, tornando-se obsessivo e beirando a loucura. A “assim chamada realidade” não se sustenta em momento algum. A apologia, aqui, é ao suicídio.

João Lucas Dusi tem 19 anos, nasceu e vive em Curitiba. Teve textos publicados no jornal RelevO e na revista Jandique.