Documento Museu | Eduardo Macarios 18/09/2017 - 04:00

Quando recebeu o convite da Helena para produzir um ensaio sobre os museus de Curitiba, o fotógrafo Eduardo Macarios logo pensou em duas abordagens. A primeira: enfatizar os espaços expositivos, e não tanto os acervos. “A maioria deles chama a atenção por estar sediada em casarões antigos, construídos por imigrantes. No Museu Paranaense, por exemplo, há um banheiro que foi usado durante muitos anos e acabou virando parte do roteiro de visitação”, conta.

Outro viés adotado por Macarios foi o da documentação. Uma das suas inspirações foi o trabalho do casal de fotógrafos alemães Bernd e Hilla Becher, conhecidos por registrar, durante mais de 50 anos, paisagens industriais abandonadas em seu país. “A catalogação parece algo simples, mas é uma tradição importante da fotografia. Pode ser que, no futuro, alguns desses espaços não existam mais”, diz.

Os próprios curitibanos não têm noção de que a cidade abriga mais de 30 museus, com acervos sobre os mais diversos assuntos — de aeronáutica a saneamento básico, passando por esportes, religião, etnias e até entorpecentes (sim, há o Museu das Drogas, mantido pela Polícia Civil). Macarios escolheu dez deles para visitar, motivado por aspectos arquitetônicos, importância cultural ou simplesmente pela curiosidade.

O resultado é um painel variado, que inclui desde o pioneiro Museu do Holocausto (primeiro e único do gênero no país) ao futurista MON, projetado por Oscar Niemeyer. “Minha ideia foi ressignificar, de alguma forma, esses lugares. Algumas fotos, inclusive, não revelam de cara onde foram tiradas, para que o leitor tente descobrir antes de ler a legenda”, explica Macarios, formado em Jornalismo no Brasil e fotografia na Inglaterra — onde cursou a Arts University Bournemout.

 

MUSEU PARANAENSE
Fundado em 1876, é considerado a primeira grande instituição histórica do estado. Já ocupou seis sedes até se fixar na atual, o Palácio São Francisco. Possui, além de salas de exposição temporárias e permanentes, biblioteca, auditório e laboratório.

Eduardo Macarios

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MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA (MAC)
Aberto ao público em 1971, em uma sede provisória, atualmente ocupa um prédio construído em 1928 para abrigar o Departamento de Saúde Pública. O espaço foi totalmente reformado e, em 1978, tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Paraná.

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MUSEU DA IMAGEM E DO SOM (MIC)
Está situado em um casarão construído em 1870 e que já foi a sede oficial do Governo do Estado do Paraná, além de residência de governadores. Seu acervo conta com mais de um milhão de itens, entre fotos, filmes, documentos, livros, fitas, LPs e equipamentos antigos.

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MUSEU DO EXPEDICIONÁRIO
Fundado em 1946, registra a participação brasileira na Segunda Guerra Mundial, com destaque para a atuação de militares paranaenses. Está localizado na Praça do Expedicionário, onde estão expostos um tanque e um avião utilizados pelas Forças Armadas do Brasil.

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MUSEU GUIDO VIARO
Localizado em um prédio de 1929, o espaço reúne obras do pintor italiano homônimo, que viveu no Brasil por mais de 40 anos. No acervo, cerca de 250 óleos sobre tela, 700 desenhos e 100 gravuras. Há também uma sala inteiramente dedicada ao escritor Dalton Trevisan, que foi amigo de Viaro.

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MUSEU OSCAR NIEMEYER (MON)
Popularmente chamado de “Museu do Olho”, por causa de sua aparência externa, possui a maior área expositiva da América Latina (17 mil metros quadrados). Inaugurado em 2002, com projeto do arquiteto mais famoso do Brasil, já realizou mais de 300 mostras (nacionais e internacionais) e recebe cerca de 300 mil visitantes por ano.

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MUSEU EGÍPCIO ROSACRUZ
Criado em 1990, conta com réplicas fiéis de objetos relacionados ao Antigo Egito e até uma múmia verdadeira, de uma mulher que viveu há cerca de 2,7 mil anos. É mantido pela Ordem Rosacruz, grupo místico e filosófico surgido na Europa no século XIV.

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MUSEU DO HOLOCAUSTO
Inaugurado no final de 2011, é o primeiro e único do gênero no país. Seu acervo reconta os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial por meio de histórias de vítimas que tinham alguma ligação com o Brasil e o Paraná.

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MUSEU DA VIDA
Por meio de exposições permanentes, o espaço conta a história dos mais de 30 anos da Pastoral da Criança e preserva a memória de sua criadora, a médica e sanitarista Zilda Arns (1934-2010). O circuito de visitação inclui uma trilha dentro de um bosque de Mata Atlântica.

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