Apresentação - Helena 11

“Acreditei nessa conversa mole/ Pensei que o mundo ia se acabar/ E fui tratando de me despedir/ E sem demora fui tratando de aproveitar”, diz a letra de um clássico do compositor Assis Valente, gravado por inúmeros intérpretes ao longo das últimas oito décadas — de Carmen Miranda a Ney Matogrosso, passando por Marlene, Adriana Calcanhotto, Paula Toller e até Sandy.

Pois bem, já estamos quase na metade de 2019 e o mundo não terminou, ao contrário do que previram os apocalípticos de plantão. Como não terminou no Bug do Milênio, nem em 2012. Tampouco após as eleições do ano passado. Em seu samba-choro, Valente ainda conta que “Por causa disso nessa noite/ Lá no morro não se fez batucada”. E avisa: “Vai ter barulho e vai ter confusão/ Porque o mundo não se acabou”.

É justamente esse barulho e essa confusão que nos interessam. A cada edição da Helena, mergulhamos mais fundo na entropia contemporânea para capturar a maior quantidade possível de realidades e pontos de vista. O resultado é um cardápio composto por vozes dissonantes, opiniões controversas, supostas velharias com gosto de novidade, “novidades” que sempre existiram, humor sarcástico, poemas e contos, entrevistas e antientrevistas.

Já que o mundo (ainda) não se acabou, vamos batucar.

 

Boa leitura.