Especial Capa: De onde vem a ficção?
Da redação
Tão antiga quanta a própria ficção, a origem da literatura, como criação do homem, é uma questão que intriga leitores e escritores. Há diversas teses acadêmicas sobre o tema, mas nenhuma explicação satisfatória surgiu até hoje. Afinal, como surge este gênero que finge ser realidade e engana o leitor com a ilusão de vidas e mundos inexistentes? Roberto González Echevarría — um cubano naturalizado americano que trabalha no Departamento de Literatura da Universidade de Yale — tentou responder a essa pergunta em um livro chamado Mito y archivo: Una teoría de la narrativa latinoamericana. O livro foi lançado em 1990, já tem cinco edições e se transformou numa referência indispensável sobre a origem do romance latinoamericano. Echevarría não tem a resposta para a indagação bizantina mas, ao longo do texto, o escritor especula a respeito de onde vem a ficção. Aparado no conceito de “formação discursiva”, proposto pelo filósofo Michel Foucault, o autor parte do pressuposto fundamental de que o discurso cria a realidade, e não o contrário. Teoria que, para muitos, é bastante controversa. O ensaísta Carlos Granés, em recente artigo publicado no suplemento literário Sabático, do jornal O Estado de São Paulo, critica a ideia, defendida em Mito y Archivo, de que há sempre um discurso hegemônico a determinar o presente literário. “O colombiano Juan Gabriel Vázquez, nascido em 1973 e último autor a receber o prêmio Alfaguara, mostra que, num dado momento, apesar da existência de modas ou correntes literárias dominantes, o elemento mais importante dos processos de criação artística é o indivíduo e suas perguntas, obsessões e dilemas”, escreve Granés. Ou seja, para o autor, “o criador não é aquele que reproduz o discurso dominante nem aquele que se deixa apressar pelos paradigmas da moda; o criador original é aquele que segue a própria voz, que atende aos próprios interesses, às suas experiências de vida e aos problemas com os quais se depara durante a vida.”
Tão antiga quanta a própria ficção, a origem da literatura, como criação do homem, é uma questão que intriga leitores e escritores. Há diversas teses acadêmicas sobre o tema, mas nenhuma explicação satisfatória surgiu até hoje. Afinal, como surge este gênero que finge ser realidade e engana o leitor com a ilusão de vidas e mundos inexistentes? Roberto González Echevarría — um cubano naturalizado americano que trabalha no Departamento de Literatura da Universidade de Yale — tentou responder a essa pergunta em um livro chamado Mito y archivo: Una teoría de la narrativa latinoamericana. O livro foi lançado em 1990, já tem cinco edições e se transformou numa referência indispensável sobre a origem do romance latinoamericano. Echevarría não tem a resposta para a indagação bizantina mas, ao longo do texto, o escritor especula a respeito de onde vem a ficção. Aparado no conceito de “formação discursiva”, proposto pelo filósofo Michel Foucault, o autor parte do pressuposto fundamental de que o discurso cria a realidade, e não o contrário. Teoria que, para muitos, é bastante controversa. O ensaísta Carlos Granés, em recente artigo publicado no suplemento literário Sabático, do jornal O Estado de São Paulo, critica a ideia, defendida em Mito y Archivo, de que há sempre um discurso hegemônico a determinar o presente literário. “O colombiano Juan Gabriel Vázquez, nascido em 1973 e último autor a receber o prêmio Alfaguara, mostra que, num dado momento, apesar da existência de modas ou correntes literárias dominantes, o elemento mais importante dos processos de criação artística é o indivíduo e suas perguntas, obsessões e dilemas”, escreve Granés. Ou seja, para o autor, “o criador não é aquele que reproduz o discurso dominante nem aquele que se deixa apressar pelos paradigmas da moda; o criador original é aquele que segue a própria voz, que atende aos próprios interesses, às suas experiências de vida e aos problemas com os quais se depara durante a vida.”