Editorial

Um dos gêneros mais populares da literatura, o romance policial produziu livros e escritores sensacionais no mundo todo, principalmente nos países anglo-saxões, de onde surgiram os pioneiros do gênero, escritores como Edgar Allan Poe, o criador do romance policial, Raymond Chandler, Dashiell Hammett, David Goodis e Patricia Highsmith. A partir da primeira metade do século XX, o gênero ganha adeptos no mundo todo. No Brasil, vários foram os autores que se arriscaram a elaborar tramas detetivescas. Mas será que temos, hoje, uma literatura policial brasileira? A partir dessa indagação, Flávio Moreira da Costa traça um panorama do gênero no país, do pioneiro Medeiros e Albuquerque, no começo dos anos 1920, até Luiz Alfredo Garcia-Roza, um dos nossos autores contemporâneos mais lidos.

“Não é unitária ou contínua — nem poderia sê-lo — a evolução da literatura policial brasileira, razão pela qual precisamos pular de tendência a tendência, seguir esta ou aquela pista, a fim de desenhar um pouco do mosaico que a constitui”, escreve Moreira da Costa, autor de romances policiais e organizador da antologia Crime feito em casa — contos policiais brasileiros (2005), que traça um panorama do gênero no Brasil. Já Flávio Carneiro, que em 2009 debutou na narrativa policial com o romance O campeonato, revela os bastidores da confecção de um livro policial, um trabalho por vezes intrincado e cerebral.

Em sua primeira edição de 2012, o Cândido tem a honra de publicar um conto inédito de Luiz Vilela, autor de algumas das histórias curtas mais célebres de nossa ficção. Entre os inéditos, a edição ainda traz contos do curitibano Luiz Felipe Leprevost e poemas do alemão Heinrich Heine, traduzidos por André Vallias, autor do livro Heine, hein? — Poeta dos contrários (2011).

E, como é de praxe, os ilustradores fazem das páginas do Cândido um espaço de livre criação e invenção, como o gaúcho Rafael Sica, que assina a capa.

Boa leitura a todos.