Cândido indica

Butcher's Crossing
John Williams, Rádio Londres, 2016 (Tradução: Alexandre Barbosa de Souza)
Will Andrews abandona Harvard e parte para o decadente vilarejo de Butcher’s crossing, desiludido e com algum dinheiro no bolso. Tomando uma cerveja morna no Jackson’s Saloon, Will conhece Miller, um caçador de búfalos que lhe propõe uma incursão nas Rochosas do Colorado, acompanhados do cristão alcoólatra Charley Hoge e do esfolador de peles Fred Schneider. É assim que o protagonista se embrenha num caminho de autodescoberta, em que situações extremas o ajudam enxergar a efemeridade da existência. O norte-americano John Williams aposta nos detalhes e na simplicidade para elaborar uma trama hipnotizante — fórmula repetida em Stoner, também lançado pela Rádio Londres e aclamado pela crítica. 

Andy Warhol, o gênio do pop
Tony Scherman e David Dalton, Globo Livros, 2009 (Tradução: Douglas Kim e Ricardo Lísias)
Andy Warhol explodiu as fronteiras entre arte (até então sacralizada) e vida real. Nos anos 1950, o americano levou para museus objetos (latas de sopa e caixas de sabão em pó) e pessoas (em geral celebridades) populares. Esta biografia, escrita pelos jornalistas Tony Scherman e David Dalton (que foi assistente de Warhol), conta como o artista arquitetou sua obra a partir das ideias revolucionárias de Marcel Duchamp, além de reconstruir o cenário de efervescência criativa forjado pela Factory, o ateliê de Warhol que mudou os rumos da cultura americana e mundial.

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Sim Senhor às Suas Ordens Isto é um Motim
Roberto Prado, Lagarto Editores, 1994 
O poeta curitibano Roberto Prado é conhecido, entre outras características, por assinar textos poéticos em parceria, especialmente com Antonio Thadeu Wojciechowski. Prado também é autor de letras de canções gravadas por bandas e artistas paranaenses. Mas, o que é pouco comentado, ele publicou, em 1994, o livro de poemas Sim senhor às suas ordens isto é um motim. O ponto alto são os textos breves, em que é possível perceber o poder de síntese e o humor da voz poética. Um exemplo é “Enquanto o paraíso não vem”: “revolução às vezes demora/ encosta a sua cabecinha no meu ombro/ e chora”. Ou “Pra aprender”: “abuse/ quando tudo for/ reprise”.

Viena Fin-De-Siècle — Política e Cultura
Carl E. Schorske, Companhia das Letras, 1988 (Tradução: Denise Bottmann)
Em sete capítulos interligados, o historiador norte-americano Carl E. Schorske (1915-2015) explora as conexões entre a ciência e diferentes expressões artísticas do fim do século XIX em Viena, num turbulento momento político-cultural. O fundador da psicanálise, Sigmund Freud, o pintor Gustav Klimt e o romancista Arthur Schnitzler são alguns dos nomes que fazem parte desse revolucionário e frutífero período que contribuiu para a formação do pensamento moderno. A obra, ricamente ilustrada com imagens significativas da época, ganhou o Prêmio Pulitzer de 1981.