Biblioteca Afetiva
Sérgio Rizzo é jornalista e professor. Vive em São Paulo (SP).
Aos 17 anos, dois problemas se misturavam na minha cabeça: a verdade do universo e a faculdade de engenharia mecânica. Além de reclamar, como propunha Raul Seixas, resolvi ler Contato, de Carl Sagan. A história da cientista Ellie Arroway, que encontra evidências de vida inteligente extraterrestre e comanda uma missão para estabelecer contato com os alienígenas, ajudou a colocar em ordem algumas das minhas ideias de adolescente. É claro que percebo isso agora, em retrospecto; na época, eu tinha apenas lido um baita livro de ficção científica. Sagan foi uma espécie de iluminista do século XX, um dos maiores divulgadores da ciência por quase três décadas, e juntava ali naquela trama matemática, física, romance, cosmologia e suspense. Sua obra serviu para consolidar minha fé na razão e, em certa medida, me motivou a largar a engenharia e partir para o jornalismo (pois é, talvez a razão não tenha levado a melhor nessa mudança).
João Paulo Pimentel é jornalista. Vive em Curitiba (PR).