PRATELEIRA | Mulheres no jornalismo literário 31/08/2023 - 09:42
Descubra algumas obras de autoras do jornalismo literário
O Ano do Pensamento Mágico — Joan Didion
Em O Ano do Pensamento Mágico, a jornalista e escritora norte-americana Joan Didion mergulha dentro dos detalhes da própria experiência traumática — a morte rápida e repentina do marido John Geggory Dunne, em busca de algum tipo de compreensão ou sentido. Didion faz o leitor submergir em uma investigação difícil, mas deslumbrante do luto, da irracionalidade e da morte, por mais comum e inevitável que ela seja. Mesmo tratando de um tema tão pesado, a autora consegue expor os fatos de maneira leve e fluida, com reflexões tão humanas e universais que chega a ser impossível não se identificar.
O Nascimento de Joicy: Transexualidade, Jornalismo e os Limites Entre Repórter e Personagem — Fabiana Moraes
Obra que rendeu o Prêmio Esso à jornalista recifense Fabiana Moraes, O Nascimento de Joicy conta a história da ex-agricultora transsexual Joicy, que busca o serviço público de saúde para realizar uma cirurgia de redesignação sexual. No livro, Moraes também mostra os bastidores da reportagem, com suas experiências e dificuldades vividas ao estabelecer uma relação próxima com sua fonte principal, além de um ensaio em que discute sobre a subjetividade no jornalismo.
A Vida Nunca Mais Será a Mesma: Cultura da Violência e Estupro no Brasil — Adriana Negreiros
Partindo de sua própria experiência, Adriana Negreiros investiga a cultura do estupro no Brasil e as diversas formas em que ela se manifetsa, trazendo também o relato de outras mulheres. A autora discute como esse tipo de violência se faz presente tanto no espaço público quanto privado e chama a atenção para o problema desesperador e urgente que marca o Brasil — um dos países com maior taxa de feminicídios do mundo.
O Jornalista e o Assassino — Janet Malcolm
A obra é considerada como um texto clássico de Malcolm sobre a ética jornalística. Neste livro, a autora conta a história de Jeffrey MacDonald, um médico condenado pelo assassinato da esposa e das duas filhas, que processou uma jornalista por publicar um livro com base em entrevistas feitas com ele durante o julgamento e dentro da prisão. O Jornalista e o Assassino traz um debate sobre a relação entre jornalismo e poder, sendo visto como um clássico instantâneo.
A Guerra Não Tem Rosto de Mulher — Svetlana Aleksiévitch
A escritora bielorrussa Svetlana Aleksiévitch mostra a guerra sob o olhar das mulheres. Enquanto os homens frequentemente voltavam dos combates e se reuniam para falar sobre suas experiências, as mulheres retornavam e não conversavam com ninguém. A autora realiza um trabalho impressionante de intimidade com as histórias que conta, as quais são escritas em primeira pessoa, trazendo um toque ainda mais forte e pessoal dos relatos.