MINIENTREVISTA | 5 X 5 30/11/2023 - 14:32

O Cândido conversou com escritores (as) da região do Paraná, Santa Catarina e Rio de Janeiro para saber o que leem, ouvem e indicam como leitura. A seção 5x5 traz curiosidades sobre temas que percorrem a literatura

 

Anderson Tozatto
Foto: Anderson Tozatto

Clara Peloso, Pato Branco (PR)

 

Qual seu livro de cabeceira?

Tenho vários livros de cabeceira, desde poesia até livros acadêmicos, mas, durante toda minha vida, o meu livro de cabeceira foi Pedagogia do Oprimido, do Paulo Freire. Um outro livro que marca é a Insustentável Leveza do Ser, do Milan Kundera.

 

Qual seu filme favorito?

Gosto de Dirty Dancing (1987). Eu avisei que eu era cafona! (risos).

 

Qual livro você gostaria de ter escrito?

Acho que eu gostaria de ter escrito o que o Manoel de Barros escreveu. Independente de qual livro. Acho que é a poesia do Manoel de Barros que eu gostaria de ter escrito.

 

Você indicaria algum escritor ou escritora que te surpreendeu?

O Diário de Francisco Brennand, escrito pelo próprio, foi uma leitura que me surpreendeu. São cinco volumes, 1.960 páginas, e é um livro de literatura. Super indico pra entender um pouco a obra literária e artística do Francisco Brennand, artista pernanbucano.

 

Literatura para você é?

Para mim é a vida. É um movimento da vida.

 

 

Foto: Anderson Tozatto
Foto: Anderson Tozatto

 

Ítalo Puccini, Joinville (SC)

 

Qual seu livro de cabeceira?

Talvez seja Memórias Póstumas de Brás Cubas, do Machado de Assis.

 

Qual seu filme favorito?

Eu sempre gostei muito dos filmes do Alejandro Iñárritu. Desde aqueles mais antigos, Babel, Amores Brutos, com o ator Gael Garcia Bernal. Sempre gostei do Iñárritu.

 

Qual livro você gostaria de ter escrito?

Arriscada essa resposta, hein? Eu vou te responder pensando no que mais me encanta quando eu leio, releio, que é o Grande Sertão: Veredas, do Guimarães Rosa. É um negócio que explodiu minha cabeça. É incrível pensar que aquilo foi escrito.

 

Indique um escritor ou escritora que tenha te surpreendido.

Eu gosto muito do Michel Laub. Contemporâneo, tem uma meia dúzia de livros já publicados. Acho que ele é uma indicação legal. E Gonçalo Tavares, escritor que o Saramago uma vez disse que poderia assumir o seu posto futuramente.

 

Literatura pra você é?

No momento que eu me encontrei com a literatura na adolescência, ela foi uma salvação. Ela me salvou de uma condição bastante deslocada na vida. A literatura se tornou uma companhia, um acolhimento, um amparo, desde a minha adolescência.

 

 

Foto: Anderson Tozatto
Foto: Anderson Tozatto

 

Jovina Renhga, Terra Indígena Marrecas na região de Turvo (PR)

 

Qual seu livro de cabeceira?

Meu livro de cabeceira, mesmo, é Casa de Passagem: Luta das Mulheres Indígenas, que eu mesma escrevi. É muito importante ler esse livro.

 

Qual seu filme preferido?

Meu filme preferido é Terra Vermelha.

 

Qual música te define?

Ancestralidade.

 

Qual livro você gostaria de ter escrito?

Eu gostaria de ter escrito, e ainda vou escrever, A Floresta.

 

Indique um escritor ou escritora que te surpreendeu.

Eliane Potiguara.

 

O que é literatura para você?

A literatura, pra mim, muda a vida das pessoas. E a literatura indígena, pra mim, é falar sobre a história para que ela não morra.

 

 

Foto: Anderson Tozatto
Foto: Anderson Tozatto

 

Rosângela Marquezi, Pato Branco (PR)

 

Qual seu livro de cabeceira?

Jane Eyre, da Charlotte Brontë. Leio e releio sempre!

 

Qual seu filme favorito?

E o Vento Levou (1939), de Victor Fleming.

 

Qual livro você gostaria de ter escrito?

Pensando em poesia, acho que Bagagem, da Adélia Prado. Se eu fosse pensar em romance, ou contos, Sagarana, de Guimarães Rosa.

 

Indique algum escritor ou escritora que você tenha lido e te surpreendeu.

A escritora indiano-canadense Rupi Kaur. Tenho gostado muito.

 

O que é literatura para você? 

Literatura, para mim, é, como dizia Antonio Candido, um bem incompressível, ou seja, contribui para a minha sobrevivência física e espiritual. Preciso dela para viver. Ela me ajuda a respirar nos dias densos e a rir nos dias leves.

 

 

Vitor Paiva, Rio de Janeiro (RJ)

 

Qual seu livro de cabeceira?

São muitos, claro, mas agora o que me vem é o Histórias de Cronópios e de Famas, de Julio Cortázar.

 

Qual seu filme favorito?

Essas perguntas são impossíveis, vai ser um sofrimento para responder, mas, há pouco vi muitos filmes de uma mostra do Fellini, então, o que me veio foi o Amarcord.

 

Que música te define?

Música é a coisa que eu mais gosto na vida. Arrisco dizer que é a única coisa que eu realmente gosto. Então, são muitas. Não sei se eu quero que alguma música me defina. Posso dizer músicas que me vem à cabeça como músicas que eu gosto muitíssimo. É… o Ciúme, do Caetano Veloso. Agora ficou péssimo pensar o ciúme como algo que me define, não… Hoje de manhã eu ouvi Trilhos Urbanos, do Caetano também. A day in the life, dos Beatles. Punk! Punk−rock é uma coisa que eu gostaria de responder. Músicas ligadas ao punk.

 

Qual livro você gostaria de ter escrito?

Todos (risos). Mentira, não todos. Mas a maioria. E ao mesmo tempo nenhum, né? Tem uma coisa muito boa em os livros serem escritos por outra pessoa e você poder ler.

 

Indique um autor ou autora que te surpreendeu.

Muitos poetas. Bruna Beber, seu último livro. Angélica Freitas, Maria Isabel Iorio. Essa resposta responde duas, autor que me surpreendeu e livro que eu gostaria de ter escrito. Essas poetas todas são autoras que me instigam muito hoje em dia e que eu gosto demais.

 

O que é literatura para você?

Respirar, eu acho. Tanto no sentido de alívio quanto de continuar vivo