ESPECIAL | Outras Virginias 30/06/2023 - 11:17

Além de livros, descubra filmes, peças e ensaios que mergulham na obra e vida de uma das maiores artistas modernistas do século XX

 

 

 

Three Worlds: Music from Woolf Works, de Max Richter (2017) — Peça musical

 

Max Richter é um compositor de sucesso que já fez trilhas para algumas séries e filmes como Black Mirror, The Leftovers e Ad Astra. Em 2014, ele foi convidado pelo coreógrafo do Royal Ballet, de Londres, a criar a trilha para um balé baseado na vida e na obra da autora inglesa. O resultado foi o álbum Three Worlds: Music from Woolf Works, lançado em 2017. Inspirado principalmente em três clássicos de Woolf — Mrs. Dalloway, Orlando e As Ondas —, Richter optou por um piano mais melancólico à moda tradicional da música erudita. “Quis captar a voz das ruas, o tempo daqueles personagens caminhando pela capital”, disse o compositor em entrevista para o jornal O Globo.

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As Horas, de Stephen Daldry (2003) — Filme

 

Baseado no livro homônimo de Michael Cunnigham, o longa dirigido por Stephen Daldry se passa em três períodos diferentes e acompanha a vida de três mulheres que, de algum modo, estão conectadas pelo livro Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf. Uma delas é a própria escritora inglesa, interpretada por Nicole Kidman, no fim de sua vida. As outras personagens são uma mulher da década de 1950, interpretada por Julianne Moore, que prepara uma festa para o seu marido enquanto não consegue desgrudar da leitura do livro; e nos dias atuais vive Clarissa Vaughn, interpretada por Meryl Streep, uma editora de livros que vive em Nova York e dá uma festa para um poeta que fora seu amante no passado e está morrendo em decorrrência da aids.

 

 

 

 

 

 

 

A Leitora Incomum, de Virginia Woolf (Arte & Letra, 2017)

 

“Horas na biblioteca”, “A anatomia da ficção”, “A vida e o romancista”, “Uma mente implacavelmente sensível” e “Fases da ficção”. Com cinco ensaios traduzidos por Emanuela Siqueira, a obra A Leitora Incomum tem um tom singular de autenticidade e senso crítico. São textos escritos entre 1919 e 1929 que demonstram sua compreensão do leitor, da leitura e da arte de escrever, usando o fluxo de consciência por cenas cinemáticas e digressões que adentram as camadas da narrativa. Para quem quer começar a ler Virginia, mergulhar em seus ensaios é certeiro para conhecer a essência da linguagem da autora.

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Diários de Virginia Woolf vol. I, II e III (Editora Nós, 2021)

 

Organizado em três volumes, os diários vão de 1915 — ano em que a autora lançou seu primeiro livro e resolveu retomar um projeto de diário que escrevia na adolescência — até o ano de 1930, quando se consagrou como uma das maiores figuras do modernismo e do século XX. Com tradução de Ana Carolina Mesquita, o leitor brasileiro agora pode ter acesso a um material mais completo dos diários de Virginia e pode também contemplar não apenas um amontoado de reflexões sobre o cotidiano, mas um projeto literário instigante.

 

 

 

 

 

 

 

 

Virginia — Um Inventário Íntimo (Editora Nós, 2021) — Teatro

 

Em texto que marca a estreia da atriz Cláudia Abreu como dramaturga, Virginia – Um Inventário Íntimo costura a voz de Virginia com diversas outras presentes em sua vida para formar um quadro movente do espírito de uma das maiores artistas do século XX. Por meio de um monólogo, o que temos aqui é um mergulho imaginativo na mente de Virginia. “Escrevi de maneira clássica, ali sentada sozinha, como também escrevi filmando improvisações que eu fazia para mim mesma, deixando esse conteúdo sair de uma maneira espontânea”, disse a atriz, em entrevista à revista Bravo!.

claudia abreu