Institucional

Mulheres contra a Ditadura

Uma biblioteca pública editar um jornal dedicado à cultura e à literatura é algo, sob vários aspectos, de grande importância: promoção da leitura, difusão de conteúdos que podem contribuir com a ampliação dos horizontes educacionais e instrutivos da comunidade, entre muitos outros. 

Tal iniciativa promove a democratização do acesso à informação e, no melhor dos casos, ao conhecimento, permitindo que as pessoas se envolvam ativamente com a produção literária e artística não só de sua localidade, mas do país como um todo, uma vez que o Cândido se trata de um periódico de alcance nacional. 

Além disso, um jornal literário deve servir como espaço de reflexão e debate sobre temas de relevância. Ao destacar vozes diversas de modo democrático, a publicação contribui para a construção de uma sociedade mais inclusiva e plural. O Cândido, sem dúvida, exemplifica essa missão. 

Sob a condução da jornalista e editora Marianna Camargo, o periódico passou a ter notável aumento da presença feminina em suas edições, seja com capas criadas por talentosas artistas visuais, seja com conteúdos enriquecidos pela contribuição de mulheres do segmento cultural, refletindo diversidade de perspectivas e experiências.

Em suas edições de 148 a 157, o Cândido apresentou proposta arrojada: uma série de dez conteúdos jornalísticos realizados com mulheres que, cada uma à sua maneira, resistiram aos difíceis anos da ditadura no Brasil. Essa iniciativa, entre tantas outras que colocam o suplemento entre as publicações de literatura e cultura de maior renome no país, é extremamente valiosa, pois dá voz e coloca as histórias dessas mulheres em destaque, permitindo que suas existências e experiências sejam reconhecidas e celebradas.

Nesta edição especial Mulheres contra a Ditadura, o Cândido apresenta um rico mosaico de vozes autênticas e impactantes. Assim, não apenas informa, mas também inspira e reafirma o papel fundamental da cultura e do jornalismo no constante exercício de cidadania e construção de uma sociedade consciente de sua História.


Luiz Felipe Leprevost
Diretor da Biblioteca Pública do Paraná