Entrevista | Matinas Suzuki Jr

O editor que estava lá

Nas últimas três décadas, Matinas Suzuki Jr participou de alguns dos projetos editorias mais relevantes do país, que coincidiram com momentos marcantes da nossa história cultural recente


Luiz Rebinski
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A modéstia de Matinas Suzuki Jr é inversamente proporcional à sua importante trajetória de jornalista e editor. Nos últimos 30 anos, Matinas participou de movimentos icônicos no cenário cultural e jornalístico do país. O que o editor trata de minimizar com a tradicional discrição japonesa.

Nos anos 1980, ajudou a implementar a famosa reforma editorial da Folha de S.Paulo, processo que transformou o jornal dos Frias no maior periódico do Brasil. Já nos anos 1990, o jornalista foi âncora do programa Roda Viva, da TV Cultura. Posteriormente, atuou como publisher de uma rede de jornais no interior paulista e foi editor da revista de ensaios Serrote. Hoje dá expediente na Companhia das Letras, editora que está completando 30 anos de atividade e que, na visão de muitos, melhorou o nível do mercado editorial do país.

“[Nos anos 1980] praticamente não existia a profissão de editor de livros, essa pessoa remunerada para se dedicar com independência e exclusividade a uma casa editorial. Houve muita sensibilidade do Luiz Schwarcz ao perceber que mudar o jeito de trabalhar das editoras no Brasil passava necessariamente pela criação do editor de livros profissionalizado”, diz.

Na Companhia, Matinas foi o criador da coleção “Jornalismo Literário”, que trouxe ao leitor brasileiro algumas das reportagens mais célebres publicadas em jornais e revistas ao longo do século XX. Também ajudou no lançamento da Penguin no Brasil, que resultou em edições que revalorizam clássicos da literatura mundial.

Na entrevista ao Cândido, Matinas também fala sobre o papel do editor no jornalismo e como a literatura brasileira perdeu terreno para outros gêneros nos últimos anos, apesar da grande quantidade de autores. Ainda assim, o jornalista se diz otimista, acredita que “há muito não se via um ambiente tão propício para a literatura brasileira, sobretudo para o lançamento de novos autores”.

Você passou 16 anos na Folha de S.Paulo, foi âncora do programa Roda Viva na metade dos anos 1990, publisher de uma rede de jornais no interior paulista e hoje é diretor de uma das mais prestigiadas editoras do país. Ainda assim, é dificílimo achar conteúdo sobre sua carreira, incluindo entrevistas. Você é uma figura que prefere os bastidores? 
Eu penso o contrário, penso que ao longo desses anos dei mais entrevista e falei mais do que devia e merecia. Se é difícil achar esse material, é porque o tempo fez justiça a ele ao colocá-lo no lugar que merece. Eu agradeço o interesse do Cândido em me entrevistar, mas não deixo de sentir que estou ocupando um espaço indevido.

Apesar de ter exercido diversas funções no jornalismo, você sempre teve uma ligação muito forte com a área cultural. Do início de sua carreira, nos anos 1980, até agora, o que mudou no jeito de discutir cultura no país, principalmente nos meios impressos?
A minha área de origem é a editoria de cultura, desde que, levado pelo meu pai, comecei a escrever sobre música brasileira no jornal da minha cidade, O Correio de Barretos, aos 18 anos. Antes de chegar à Folha, no final de 1981, participei de discussões culturais no movimento estudantil e em jornais da chamada imprensa “nanica”. Era natural, pois, que a minha entrada na então chamada grande imprensa fosse pelas portas do fundo, os cadernos culturais. Grosso modo, pode-se dizer que a minha geração pautou-se, aqui em São Paulo, pela crítica a certa hegemonia cultural da esquerda brasileira, nacionalista e populista, que vigia até os anos 1960. Esse tipo de embate estético-ideológico praticamente não existe mais, por isso, entre outras coisas, o jornalismo cultural de hoje é bem diferente.

Nos últimos dois anos, várias publicações voltadas à literatura deixaram de existir ou foram enxugadas. Além da crise financeira e da já longínqua crise dos impressos, isso também é reflexo da falta de leitores dessas publicações (e da literatura, como um todo)?
Nosso problema é antiquíssimo e estrutural, e ele piora quando entramos em ciclos de crise econômica. Por uma série de fatores — em parte por problemas macroeconômicos e macrossociais, em parte de ausência de tradição — não conseguimos ter êxito no desafio de criar um público relativamente amplo e consistente de leitores ávidos por suplementos literários ou de livros. Essa é uma daquelas heranças culturais difíceis de resolver e chatas de conviver.

Há, no meio literário, certo consenso de que a Companhia da Letras profissionalizou, por diversas razões, o mercado editorial brasileiro, principalmente no segmento literário. Qual o papel da editora nesse cenário?
A Companhia das Letras, que completa 30 anos em 2016, entre outros acertos, deu nova vida à profissão de editor de livros no mercado brasileiro. Para voltarmos aos anos 1980, quando minha geração passou a trabalhar na grande imprensa brasileira: naquela época, praticamente não existia a profissão de editor de livros, essa pessoa remunerada para se dedicar com independência e exclusividade a uma casa editorial. Houve muita sensibilidade do Luiz Schwarcz ao perceber que mudar o jeito de trabalhar das editoras no Brasil passava necessariamente pela criação do editor de livros profissionalizado — e as editoras do início da Companhia como a Maria Emília Bender e a Marta Garcia tiveram, no dia a dia, um papel muito importante no processo de formação desses editores profissionais em nosso país. Quando vim para a Companhia, para ajudar no lançamento da Penguin no Brasil, tive a oportunidade de aprender muito com a cultura de edição da Companhia das Letras, eu que nunca havia trabalhado em uma editora de livros.

Por outro lado, há críticas, inclusive de outras editoras, que dão conta de que a Companhia das Letras monopoliza a pauta literária, com seus autores e livros sempre tendo maior exposição na imprensa e em eventos, como a FLIP. Como vê essas críticas?
Vejo com naturalidade. Dada a quantidade de autores importantes que a Companhia das Letras publica, é natural que uma boa parte desses autores seja convidada a participar dos eventos literários e culturais que se realizam no país. Quanto à FLIP, ela tem um curador independente, e é ele quem escolhe quem vai participar e como vai participar do evento, de acordo com os temas que serão debatidos naquele ano. Há anos a Companhia investe em uma estrutura profissional e organizada para dar apoio aos autores que participam de eventos, pois essa é uma atividade de vital importância para grande parte deles. Agora, por exemplo, a editora está criando uma área específica, coordenada pela Rita Mattar, que se dedicará a auxiliar a participação dos autores em palestras, seminários, feiras literárias e eventos. Isso faz parte do mundo editorial, o papel da editora não se resume à impressão de livros. Em certas semanas, o Grupo Companhia das Letras chega a ter cerca de 20 autores participando simultaneamente de algum tipo de evento que se realiza nos mais diversos pontos do país. A demanda de trabalho é altíssima: para apoiar a logística do deslocamento e da participação desses autores, para ajudar na divulgação, para disponibilizar livros em locais remotos a tempo do evento etc., mas a editora encara isso como parte de suas atribuições. Penso que também por causa dessa estrutura de apoio, a Companhia é bastante procurada por promotores e curadores dos eventos.

A análise mais simplista e “batida” dá conta de que a literatura brasileira nunca foi tão plural, com muitos e diferentes autores. Sua percepção é a mesma? Aliás, acompanha de perto da literatura nacional?

Estou de acordo com essa análise e, certamente, há muito não se via um ambiente tão propício para a literatura brasileira, sobretudo para o lançamento de novos autores. Minha área de atuação mais próxima é a não ficção — aliás, a narrativa de não ficção brasileira também vem crescendo em número e qualidade —, mas procuro ler os novos autores de ficção brasileiros que me são recomendados.

Apesar dessa diversidade, a literatura brasileira pouco interfere na vida das pessoas. De uma forma geral, não pauta discussões fora do ambiente literário. Algumas pessoas argumentam que a ficção, ao longo das décadas, perdeu espaço para outros gêneros, como o ensaio. Concorda?
Não me sinto com autoridade para responder a essa questão, mas desconfio que sejam raros na nossa história os momentos em que um livro de ficção interferiu direta e imediatamente na pauta das discussões fora do ambiente literário. Isso é mais fácil de ocorrer com livros de não ficção (não propriamente com o ensaio, que tem número de leitores restrito, mas com as biografias, as reconstituições históricas e os livros de reportagens mais longas). No mercado editorial internacional, e no Brasil também, a ficção tradicional perdeu algum espaço nos últimos anos, quando se considera apenas o número de exemplares vendidos; em compensação, tem crescido a fatia de mercado dos livros de ficção para jovens adolescentes.

Em relação aos escritores mais jovens, a queixa mais comum é que as editoras brasileiras não estão interessadas em descobrir novos autores, apenas “recrutar” gente com algum destaque em pequenos selos, ou seja, que tenha publicado um ou mais livros. Para um iniciante ter seu trabalho lido por uma editora, só no esquema da indicação, e com muito custo e demora. Há muita gente escrevendo e pouca lendo? Ou isso é o caminho natural das coisas?
De certa maneira, essa é uma queixa universal e bastante antiga. As melhores casas editorias do mundo e os melhores editores passaram e passam por esse tipo de crítica. A oferta de originais é muito grande, o tempo de leitura dos editores tem limite. A “peneira” é inevitável — com riscos para as próprias editoras, que podem perder autores verdadeiramente promissores nesse processo. Nos mercados mais profissionalizados, existe um grande número de agentes e de scouts que preenchem parte da lacuna. Mas, mesmo assim, a oferta é maior do que a capacidade de leitura por parte dos editores. Essa talvez seja uma das razões — mas não a única — para a tendência de crescimento da autopublicação.

Em uma entrevista à revista Paris Review, Vladmir Nabokov disse que não conhecia nenhum editor de verdade, apenas revisores. Como definiria a função de editor de literatura?
Não posso contestar Nabokov. Lembro-me apenas que ele publicou algumas peças na New Yorker na época em que a editora de ficção da revista era a magnífica Katherine White. Não tenho detalhes sobre a relação entre os dois, mas se essa frase do Nabokov inclui a Katherine White eu acho que o publisher da New Yorker, Harold Ross, estava certo quando escreveu para Mrs.White que “a vida de um editor é certamente uma vida de desapontamentos”. Sou uma pessoa pouco qualificada para falar sobre a função do editor, mas para quem se interessa pelo assunto, sugiro vivamente a série de textos que o Luiz Schwarcz vem publicando sobre editar livros e ser editor no blog da Companhia das Letras. Luiz é hoje reconhecido como um dos mais importantes editores de livro do mundo, e está dividindo seu conhecimento, experiência e visão do que é editar em lições preciosas.
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Você é o pai de uma das coleções mais bem-sucedidas da Companhia das Letras, dedicada a grandes reportagens com acabamento literário. Como surgiu a ideia de publicar esses livros e quais são os critérios de seleção?
Obrigado pelo elogio, mas eu diria que a coleção é apenas moderadamente bem-sucedida, quando comparada com os grandes êxitos da Companhia das Letras. Em 1999, eu consultei a lista das reportagens mais importantes do século 20 e vi que poucas delas haviam sido editadas em livro no Brasil — as poucas que haviam saído por aqui estavam esgotadas no catálogo das editoras. Propus a edição de alguns desses livros ao Luiz Schwarcz — à época eu trabalhava na editora Abril — que imediatamente aceitou o projeto da coleção. Preciso deixar claro que a maior parte dos títulos da coleção vieram de sugestões preciosas de colaboradores da Companhia que acompanham o tema. A ideia é termos à disposição do leitor brasileiro uma espécie de coleção de clássicos do jornalismo mundial. Uma das coisas que estamos estudando agora, já que o Grupo passou a incluir a editora Objetiva, é aproximar a coleção “Jornalismo Literário” da excelente coleção “Jornalismo de Guerra”, que é coordenada pelo Sérgio Dávila e o Leão Serva.

Apesar de bem-sucedida, muita gente implica com o nome da coleção, “Jornalismo Literário”, porque esse seria um termo confuso, difícil de definir. O que é para você o jornalismo literário? Existe na atual imprensa brasileira?
Como todo rótulo, ele corre o risco de simplificar demais. Há muitas variantes sendo usadas: jornalismo experimental, jornalismo criativo, novo jornalismo, ensaio, literatura de não ficção, narrativa de não ficção, mas essa questão não me preocupa muito. A questão mais interessante no momento, depois que se conhece melhor o descontentamento do editor William Shawn com certos procedimentos do Truman Capote ao escrever A sangue frio, e depois do lançamento da recente biografia do Joseph Mitchell — o grande repórter da cidade de Nova York —, é de qual seria o limite ético do uso da imaginação nessas reportagens e perfis de fôlego longo. Certamente as exigências jornalísticas de precisão com relação aos fatos (em parte pressionadas pela própria queda de credibilidade da imprensa em geral), que ganhou corpo dos anos 1980 para cá, não aceita as liberalidades tomadas pelos principais escritores do jornalismo literário dos anos 1930 aos anos 1960. Embora eu ainda não tenha uma reposta clara para essas questões, diria que, sobretudo quando se começou a trabalhar o “perfil” como gênero de narrativa de não ficção, a questão da factualidade era encarada de maneira pouco diferente de como é encarada hoje em dia. É difícil pensar que um homem íntegro como Joseph Mitchell, que conhecia bem as técnicas jornalísticas, fosse adotar procedimentos que ele mesmo sabia ser moralmente condenáveis, somente para preservar um estilo de escrita. Mas reconheço que não é fácil defender a postura de autores como Mitchell, principalmente diante da paranoica obsessão pela pretensa objetividade que o jornalismo ainda vive hoje. De uma maneira bem esquemática, jornalismo literário é um gênero que nasce com os ensaístas ingleses do século XVIII que publicavam na Spectator e se mantém até hoje em publicações como a The New Yorker, The New York Review of Books, The Atlantic e outras revistas. Por serem reportagens longas, se adaptam mais às revistas do que aos jornais. No Brasil, temos a Piauí como um exemplo notável desse gênero de narrativa.

Você participou da reforma editorial que a Folha de S. Paulo sofreu a partir da metade dos anos 1980. Como era o jornalismo até então e por que razão o jornal precisava se modificar?
O Brasil caminhava para a retomada da vida democrática após duas décadas de ditadura cívico-militar (como faz questão de enfatizar o Marcelo Rubens Paiva). Estavam chegando novos tempos que pediam uma nova vida para o país. Octavio Frias e seus filhos, Otavio e Luiz, tiveram a ideia certa na hora certa: o processo de redemocratização precisaria de um jornal independente e pluralista. Eles escolheram também um grupo de pessoas certo para executar o projeto do jornal, não só na área comercialização, produção e distribuição. Gosto de deixar bem claro que a minha participação na reforma da Folha foi bem pequena — eu nem entedia direito o que estava acontecendo —, os líderes das mudanças na área editorial foram Otavio Frias Filho, Caio Tulio Costa e Carlos Eduardo Lins e Silva. A resposta da sociedade foi quase instantânea às mudanças e a Folha se tornou em pouco tempo o jornal mais lido e de maior influência no país, quebrando a primazia dos jornais do Rio de Janeiro.

Um dos cadernos que mais se modificou foi a “Ilustrada”, que passou a tratar a cultura de uma forma mais ampla, aproveitando o momento de reabertura política do país para se conectar com as tendências culturais de diversas partes do mundo. O que foi mais marcante na história do caderno? E o modelo ainda se sustenta? A impressão é que os cadernos ainda são pautados em demasia pela agenda cultural. O que acha?
A “Ilustrada” dos anos 1980 foi produto de um momento único na história do país, momento de muita esperança, e da confluência de um conjunto de jornalistas excepcionais que atuaram no caderno naquele período. Entre outros, em momentos diferentes, participaram dela Paulo Francis, Ruy Castro, Sérgio Augusto, Tarso de Castro, Flavio Rangel, Wilson Coutinho, Norma Cury, Leon Cakoff, Mario Sérgio Conti, Rodrigo Naves, João Moura Jr., Marcos Augusto Gonçalves, Leão Serva, para citar alguns. A época era de grandes mudanças em São Paulo (crescia a Mostra de Cinema de São Paulo, nascia a Companhia das Letras, a Lina Bo Bardi fazia o SESC Pompéia, tinha o pessoal do vídeo do Olhar Eletrônico e da TVTudo, nas artes plásticas nascia a Casa Sete, no teatro o Antunes Filho e o Gerald Thomas traziam novas concepções de realização para os palcos, na música havia a chamada vanguarda paulista com o Arrigo Barnabé e companhia, tinha o teatro Lira Paulistana, crescia uma cultura de casas noturnas como o Madame Satã e o Carbono 14 etc.), enfim, a “Ilustrada” respirava tudo isso, com muitos acertos, mas também com muitos erros. De certa maneira, era bem mais fácil fazer a “Ilustrada” naquela época, pois todos os ventos — políticos, ideológicos, artísticos e comportamentais — estavam a favor. Hoje, quando os interesses culturais estão fragmentados, quando se tem infinitas fontes descentralizadas de informação e quando há uma irracional intolerância ideológica inibindo discussões de fundo, tudo é mais problemático e mais difícil.

Quando se fala na crise dos meios impressos, muita gente defende que eles devem se tornar uma plataforma mais de debate do que noticiosa. Ou seja, ter um viés mais analítico. Isso está acontecendo? É a saída?
Eu estou há muito afastado do jornalismo diário, não tenho elementos e experiência do dia a dia para responder a esta pergunta. Sei apenas que as soluções não são fáceis e que o momento é extremamente desafiador para os jornais e revistas — e por isso mesmo também um momento fascinante. De fora, vejo um momento rico em propostas e inovações jornalísticas à procura de modelos econômicos viáveis.

O jornalismo e seus produtos são muito presentes em sua vida. Mas o que o formou intelectualmente? Que livros fizeram sua cabeça? E hoje, concentra-se em qual tipo de leitura?
Eu não posso dizer que tenha tido propriamente uma formação intelectual. Li menos do que gostaria e aprendi menos do que gostaria. No período que deveria estar cuidando de uma formação intelectual mais consistente, eu estava atraído pela conspiração da vida boêmia e pela necessidade insaciável de realizar e de participar de projetos editoriais. Fui lendo de tudo um pouco, saltando daqui para ali, o que não torna ninguém sábio e não serve de recomendação. Nesses anos todos de “viralatagem” intelectual, a poesia de Bandeira foi a companheira constante, apesar de não ser grande leitor de poesia. Hoje em dia, como trabalho nas áreas de venda e promoção dos livros do Grupo Companhia das Letras, me sobra pouco tempo para ler — e a maior parte das minhas leituras está ligada aos lançamentos dos selos do Grupo. Quando sobra um tempinho, além dos livros de jornalismo, leio os chamados clássicos universais, que ganharam ótimas traduções e edições no Brasil nos últimos anos.

Como acha que será 2016 na área literária? Recomendaria algo para o leitor (um livro, evento ou autor)?
O Grupo aguarda ansioso a entrega de originais de importantes autores brasileiros, que não lançam livros há muito. Acho que não pega muito bem indicar livros da editora para qual trabalho, então vou recomendar dois livros que não passaram pelos editores da Companhia das Letras: o monumental Vida e destino, de Vassili Grossman, que foi editado pela Objetiva antes de ela integrar o Grupo Companhia das Letras, e a ótima edição de Os Maias, do Eça de Queirós, organizada pelo Rodrigo Lacerda, que saiu pela Zahar.