Infantil | Prêmio Biblioteca Digital 26/02/2021 - 01:17
Leia trecho do livro Um Labirinto Labiríntico, de Jacques Fux, terceiro colocado no concurso promovido pela BPP e disponível gratuitamente em e-book
De repente, como num susto, num soluço ou num sonho, o menino detetive se viu totalmente perdido em um labirinto.
Mas, não era um labirinto qualquer. Era um labirinto labiríntico.
Como sairia dali? Não tinha nem ideia.
O detetive menino (é o mesmo que menino detetive?) não viu placas mostrando o melhor caminho a tomar, não viu marcas no chão com dicas ou sugestões, e não viu nem paredes e nem muros para pular. Muito menos havia alguém sentado em um guichê de desinformações para ajudá-lo.
Só havia um quebra-cabeças misterioso.
Do lado de fora da caixa do quebra-cabeças havia um desenho intrigante.
Detetivesco, o menino olhou mais de perto e percebeu que era a imagem do mundo inteiro. Com todos os animais, árvores, nuvens, ninhos, flores, folhas, livros e seres-humanos.
Prestou bastante atenção e percebeu que a imagem continha também o mundo do passado e o mundo do futuro. Uau!
Tudo que ele tinha aprendido e ouvido falar da história, e tudo que imaginava e sonhava do destino estava representado naquela imagem.
Que fantástico, pensou.
Mas o mais fantástico ainda estava por vir.
Entre um piscar e outro, entre um respiro e um suspiro, no breve estalar de um dedo, reparou que nessa imagem havia algo mais.
Bem na caixa desse quebra-cabeças ele viu a figura de um menino investigador (ou de um investigador menino?) olhando para uma caixa de quebra-cabeças.
E, assustado, percebeu que era ele próprio!
Como tudo parecia um sonho, tentou acordar dando um beliscão forte na própria orelha. Estranhamente o que doeu foi o seu joelho esquerdo.
Soltou um grito alto, porém, nem ele e nem o vizinho imaginário despertou.
Então, o investigativo menino concluiu que não era um sonho.
Jacques Fux é escritor, matemático, mestre em computação, doutor e pós-doutor em Literatura. Foi pesquisador na Universidade de Harvard (2012-2014). Autor dos romances Antiterapias (2012), Brochadas (2015), Meshugá: Um Romance Sobre a Loucura (2016) e Nobel (2018). Já ganhou os prêmios São Paulo e Manaus de Literatura, entre outros. Seus livros foram traduzidos para o italiano, espanhol e hebraico.
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