Especial do mês: Para virar um escritor (ou um grande leitor) 27/10/2020 - 11:13

Em pleno boom dos cursos online, motivado pela pandemia, professores das principais oficinas de criação literária do país falam da importância desse tipo de formação

Rodrigo Casarin 

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Ilustração: DW Ribatski

 

Ainda na juventude que o mestre lhe ensinou alguns dos segredos da arte. Debruçava-se sobre partes secundárias do trabalho. Auxiliava e ouvia os conselhos do professor enquanto esboçava cabelos encaracolados que logo apareceriam em anjos ou mulheres. Aos poucos sacou que organizar o espaço de forma triangular era uma estratégia interessante para conseguir certa harmonia. Também aprendeu a lidar com as principais ferramentas e matérias-primas de seu tempo, além de acompanhar os debates candentes naquele final de século XV. No ateliê, ao lado de grandes cabeças e de colegas também promissores, cresceu artística e intelectualmente. A oficina de Andrea del Verrocchio teve um inquestionável papel no processo de formação de Leonardo Da Vinci.

A história do gênio renascentista no ateliê de Verrocchio não causa espanto nem costuma ser usada como ponto de partida para debates sobre a possibilidade de aprender as técnicas da pintura. É claro que lidar com pincéis, tintas e cores é uma sabedoria que pode ser transmitida de uma pessoa para outra. As particularidades da arte em forma de escrita devem — ou deveriam — ser encaradas da mesma forma. “Dado que até hoje eu não soube de alguém que tenha nascido escritor, deduz-se que sim, a escrita literária é habilidade que precisa ser aprendida, tal como se aprende a pintar, a dançar, a esculpir, a tocar guitarra”, diz Luiz Antonio de Assis Brasil, nome incontornável quando o assunto é oficina de criação literária.

Assis Brasil está à frente do curso de escrita criativa mais antigo em atividade no país, iniciado em 1985. A oficina, que com o tempo se desdobrou em mestrado e doutorado na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, virou uma referência para quem procura mergulhar na carpintaria literária.

Ao falar sobre o que é necessário para que um aluno aprenda a escrever, Assis Brasil toca em pilares comuns a boa parte dos cursos similares que se espalham pelo país. Ler mais do que escrever, ouvir a opinião de pessoas sinceras e “competentes do ponto de vista crítico”, escrever todos os dias… E, se possível, claro, fazer tudo isso “frequentando uma oficina de criação literária ou assimilando as práticas de um livro de criação literária”.

Não que o processo seja fácil. Quem mergulha numa oficina de escrita criativa deve estar preparado para algumas coisas. Primeiro, para ler muito. Destrinchar textos clássicos e contemporâneos, entender estruturas, perceber que uma história não é constituída por uma série de acasos, mas que há uma lógica (sempre ou quase sempre particular) por trás do encadeamento de palavras, parágrafos e capítulos.

Depois, estar preparado para desapegar-se do próprio umbigo para criar personagens díspares de si. Também precisará escrever bastante (concordo, essa era óbvia), e não só. Calejar-se para as porradas em forma de crítica ajuda a não se assustar ao ouvir impressões sinceras sobre o que produz; amansar o ego é uma boa. Faz parte do jogo a troca de ideias não só com o mestre, mas também com os colegas. Dos encontros, o bem-vindo é sair com mais dúvidas do que certezas.

“Há alunos estimulantes e isto é ótimo. Pessoas que leram muito, estudaram muito, escreveram muito, mas não se descobriram. Por isso, o orientador aprende com eles. São surpreendentes”, diz Raimundo Carrero, autor de romances premiados como Somos Pedras que se Consomem (1995) e O Senhor Agora Vai Mudar de Corpo (2015). Referência pernambucana, é outro nome imprescindível ao falarmos sobre cursos de criação literária no Brasil. Quando se viu desempregado após mais de 30 anos de jornalismo, criou a própria oficina para transmitir a experiência que tinha adquirido com, então, uma dezena de livros publicados.

Os encontros de criação literária carregam em si o potencial para causar grandes surpresas. Coordenando turmas desde 1987, João Silvério Trevisan, autor, dentre outros, de Pai, Pai (2017), uma das melhores narrativas de nossa lavra recente, roda o país para falar sobre e ensinar literatura a diferentes públicos. Desde jovens com menos de 16 anos até senhores com mais de 75 já passaram pelas suas aulas. Olhando para as profissões dos interessados em dominar as letras (psicanalistas, advogadas, professoras, músicos, juízes, jornalistas, estudantes, desempregados, donas de casa), a variedade dá uma amostra do público difuso que as oficinas recebem.

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Assis Brasil está à frente do curso de escrita criativa mais antigo em atividade no país. Foto: Douglas Machado/Divulgação

 

Técnicas, recursos e pequenas joias
Trevisan relata que foram muitos os casos em que a criatividade dos alunos proporcionou momentos significativos. O escritor lembra de “gente que não se vangloriava de nada, pelo contrário, muitas vezes tímida” e que, “de repente, começa a escrever ficção ou poesia sobre um tema por mim proposto e eis a epifania: uma pequena joia produzida ante os olhos de todo mundo na sala”. Para o professor, se há algum talento, a oficina é capaz burilá-lo e desenvolvê-lo. “Constatei esse fenômeno inúmeras vezes.”

Doutora em Escrita Criativa pela PUCRS (sim, no curso de Assis Brasil) e à frente da curitibana Escola de Escrita, fundada em 2014, Julie Fank aponta que uma oficina é capaz não apenas de formar, mas também de transformar um artista. Ela pode “tirar um escritor de um lugar bastante perigoso e egoico, que é o de acreditar que a própria subjetividade pode ser a única matéria-prima para a sua literatura. É importante redimensionar a experiência pessoal para que ela tenha eco e desemboque na arte como uma contribuição coletiva e dentro do espírito do seu tempo”.

Julie acrescenta outro elemento que um escritor pode aprender num bom curso de escrita: separar a criação do mercado, mas sem se apartar do aspecto comercial. “Os professores de uma oficina se propõem a ser também tradutores desse mercado e dessa história literária que precede um escritor iniciante: contexto, procedimentos literários, artísticos e de texto, além de um olhar alheio à experiência do próprio autor são o mínimo que um professor de uma oficina de escrita pode fazer por quem o procura”.

Há quem pense que o simples expressar dos sentimentos é o suficiente para fazer uma arte que pare de pé. Engana-se, como Julie apontou — e suas palavras encontram eco. A gaúcha Cíntia Moscovich é um exemplo de alguém que passou por uma oficina de escrita criativa (a de Assis Brasil, mais uma vez, em meados da década de 1990), tornou-se um dos nomes importantes de nossa literatura contemporânea e hoje ministra os próprios cursos. Como professora, é sincera ao passar uma mensagem àqueles que imaginam que ser escritor é fácil: “Todo mundo pensa que ser espontâneo, lidar com os sentimentos, é o bastante. Não é verdade. Ser escritor exige técnica, recursos”.

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João Silvério Trevisan roda o país para falar sobre e ensinar literatura a diferentes públicos. Foto: Kraw Penas

 

Caminho, segurança e ímpeto
Foi nas aulas de Assis Brasil que Cíntia compreendeu o funcionamento da prosa, forma que se mostrou como caminho para sua literatura. “Até então eu fazia poesia, uma poesia horrenda”, recorda. “Sem dúvidas sou fruto de oficina literária.” Para a autora de Essa Coisa Brilhante que É a Chuva (2012), os cursos encurtam os caminhos dos escritores, que aprendem de forma didática o que talvez levassem anos ou décadas para que assimilassem de forma intuitiva. São muitos os nomes importantes da literatura brasileira que em algum momento passaram por oficinas. Michel Laub, Luisa Geisler, Carol Bensimon e Paulo Scott são alguns dos casos mais conhecidos.

Autora de O Peso do Pássaro Morto (2017), festejado romance que lhe valeu o Prêmio São Paulo de Literatura de 2018 na categoria Estreantes com Menos de 40 Anos, Aline Bei encontrou em cursos ministrados por Marcelino Freire, outra referência, a segurança e o ímpeto necessários para se lançar no mercado editorial. “Minha experiência foi bem pontual e catártica. O Marcelino é alguém que eu admiro muitíssimo, tanto pela pessoa quanto pela literatura. E quando ele me disse que estava na hora de publicar, senti que estava mesmo; me deu confiança. Antes eu achava que para publicar precisava estar com o estilo consolidado, e ele foi me mostrando que você pode já ter um estilo que irá se consolidar ao longo do tempo. Isso são coisas muito sutis, que vamos pegando no processo de troca com as pessoas.”

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Julie Fank está à frente da Escola de Escrita desde 2014. Foto: Divulgação

 

Pandemia
Até o começo de 2020, o mais comum era que oficinas de escrita criativa acontecessem de forma presencial, com alunos e orientador compartilhando o mesmo espaço. Como todos estão enfadados de saber, a pandemia de coronavírus (e a decorrente necessidade de isolamento social) provocou mudanças radicais em praticamente todas as formas de trabalho. Com os cursos não foi diferente. Se num primeiro momento houve preocupação por conta das portas fechadas, logo as soluções digitais se impuseram e novas possibilidades surgiram. Ao conversarmos para esta reportagem, Cíntia Moscovich comemorava o boom de alunos e se desdobrava para atender 45 pupilos que se dividiam em quatro turmas simultâneas.

Em São Paulo, Marcelino Freire viu os dois cursos que tocava no Centro Cultural B_Arco migrarem para o digital. Pelo país há outras empresas que, tal qual a Escola de Escrita, são focadas em oficinas dedicadas a escritores ou têm parte de sua grade pensada para quem quer se aprofundar no universo das letras. Outra paulistana é a Escrevedeira, idealizada e administrada pela escritora Noemi Jaffe. Ao migrar as aulas para plataformas virtuais, Noemi notou um aumento significativo no número de inscrições; se antes seu público era formado por quem morava em São Paulo ou nas cidades próximas, agora gente de qualquer canto do mundo pode procurar pelos cursos.

A adversidade pandêmica também possibilitou à Escrevedeira oferecer oficinas ministradas por professores espalhados pelo planeta, como o angolano Ondjaki e o moçambicano Mia Couto. “A experiência, em geral, tem sido muito boa. É claro que nada substitui o presencial, mas há coisas insubstituíveis também nesse formato. Sendo assim, já sabemos que, quando as coisas se normalizarem, vamos retornar a um formato híbrido”, prevê Noemi.

Situação semelhante tem vivido o carioca Estação das Letras, instituto dedicado ao incentivo da leitura e da escrita que acaba de completar 25 anos. Com professores como Ruy Castro e José Castello na grade, a empresa precisou se replicar no online para que seguisse oferecendo suas oficinas. “A adesão dos alunos [ao virtual] foi quase total. E mais: muita gente que só podia fazer cursos nas férias porque morava longe acabou se matriculando. Sem falar em alunos de outros países. A procura por cursos online é razoável, muito boa em alguns casos, mas há que se considerar que a oferta também aumentou exponencialmente”, relata Suzana Vargas, fundadora do instituto.

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Cíntia Moscovich passou pela oficina de Assis Brasil e hoje ministra aulas de escrita por conta própria. Foto: Kraw Penas

 

Segmentações
Não é exagero apontar esse momento como importante capítulo de uma história que vem sendo trilhada no Brasil desde o começo da década de 1960, quando o escritor Cyro dos Anjos passou a orientar oficinas de criação literária na Universidade de Brasília. Depois, nomes como Judith Grossmann, Silviano Santiago, Affonso Romano de Sant'Anna e Raimundo Carrero levaram a proposta para outros cantos do país. É o que o pesquisador Daniel Gruber aponta no artigo “Para que Servem as Oficinas Literárias?”. Gruber também indica que tudo isso nasceu nos Estados Unidos: em 1936, na Universidade de Iowa, John Gardner inaugurava o seu programa para formar escritores.

Se os cursos virtuais ganharam enorme espaço e já se estabeleceram neste 2020, há uma outra tendência das oficinas de escrita que parece crescer a cada dia: os encontros dedicados a públicos ou temas específicos. Há pouco, por exemplo, a escritora e jornalista Jéssica Balbino ministrou o curso Corpos Dissidentes: Lugar e Memória, focado em “corpos considerados inadequados”. Já o circuito de criação literária do Arte da Palavra, projeto de escala nacional do Sesc, oferece aulas aos interessados em escrever sob chapéus como literatura fantástica (com Thiago Tizzot) e literatura infantil (com Marcia Evelim).

Outra autora com experiência em ministrar cursos, Clara Averbuck passou a elaborar encontros segmentados. “Nas minhas oficinas de escrita criativa, percebi o interesse para abrir essas outras oficinas: de autoficção e de putaria — gosto de chamar assim porque é uma coisa mais chula e diretamente ligada ao sexo, não cheia de eufemismos sensuais. Tenho mais oficinas em mente, como uma para criar personagens mulheres e outra sobre distopias, tema que tenho trabalhado muito”. É a chance para que alunos burilem as complexidades e nuances de assuntos específicos ou trabalhem pontos especialmente problemáticos de sua própria criação literária.

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Raimundo Carrero é um nome imprescindível quando se fala em cursos de criação literária no Brasil. Foto: Divulgação

 

Escrever para ler melhor
Novos acenos a um dos campos que consagrou Da Vinci. Em Nada se Vê: Seis Ensaios Sobre a Pintura (2019), o argelino Daniel Arasse, que passou anos à frente da francesa École des Hautes Études en Sciences Sociales, analisa com profundidade alguns dos quadros mais famosos da História. Quem lê Arasse sai com uma noção ampliada e uma perspectiva mais aguçada a respeito das artes plásticas. Seus ensaios são ao mesmo tempo sedutores e didáticos.

O óbvio: nem todo mundo que frequenta um curso de escrita criativa se torna, de fato, um escritor. Como em qualquer outro campo, a excelência é raridade e são poucos os postulantes a “grande escritor brasileiro” que alcançarão tal objetivo. Muitos publicarão obras praticamente ignoradas pelo público; outros tantos, nem isso. Mas há um algo a mais que essas oficinas invariavelmente oferecem: se quem as frequenta não necessariamente se torna um escritor, é muito improvável que alguém leve as aulas a sério e não se transforme, pelo menos, num leitor melhor. Ao ler grandes livros nas aulas, Raimundo Carrero diz que é comum ouvir dos participantes frases como: posso não aprender a escrever, mas seguramente aprendo a ler. “Neste sentido, passamos a entender que não lemos com os olhos, mas com os neurônios, como o músico lê uma partitura”, compara o mestre pernambucano.

Cíntia Moscovich vai além. Conta que sua ideia nunca foi formar escritores, algo pretensioso demais, mas aguçar a percepção dos participantes para entender o processo de construção de um texto literário. Sacar como se elabora o narrador, o ponto de vista, a passagem do tempo e afins, faz do estudante um leitor melhor. Não demora, inclusive, para que essas pessoas passem a achar muitas leituras enfadonhas, previsíveis. E Cíntia indica que o aprender a ler não se limita somente aos livros, mas a qualquer tipo de representação. “Série, teatro, balé… Essas pessoas passam a ter uma visão muito mais afiada. A partir da oficina, deixa de ser mera fruidora e a leitura deixa de ser mero entretenimento. Começa a chamar a atenção do aluno leitor coisas que até então ele não percebia, passava batido ou não tinha interesse.”

E quem mais ganha com tudo isso? A arte, claro.

 

TREINANDO EM CASA

Quer experimentar um pouco de um curso de escrita criativa e arriscar algo em casa? Os mestres recomendam alguns exercícios:

Cíntia Moscovich: Você vai precisar de uma máscara — não para tapar boca e nariz, mas os olhos. Coloque a venda e se locomova pela casa. Passe um tempo assim. Prepare alguma comida, varra o chão, perambule pelos cômodos. Use os pés e as mãos para se situar. Se topar com o dedinho numa quina, paciência, o processo de escrita lhe reservará dores maiores. Depois, sente e escreva exatamente o que você percebeu ao se privar dos olhos. A ideia é aguçar o tato, o olfato, a audição e, de repente, o paladar, extrapolando a visão e transpondo essa variedade sensorial para texto.

Assis Brasil: Reconte alguma narrativa alterando o foco dos personagens. Pegue “A Missa do Galo”, de Machado de Assis, por exemplo, e crie uma versão focalizada em Conceição. Isso “desperta para inesperadas possibilidades instrumentais no plano técnico, mas, melhor do que isso, ajuda e compreender o ser humano. A alteração de focalizador de uma determinada narrativa é um exercício que sempre dá bons e permanentes resultados”.

João Silvério Trevisan: Escreva a partir de uma narrativa de um autor ou autora que você goste. Não copie o estilo, mas dialogue com as peculiaridades que você reconhece no texto.

Raimundo Carrero: Atente-se ao ritmo da narrativa. Primeiro, escreva uma cena com ritmo lento. Depois, num cenário, acelere o ritmo até chegar a um personagem. Dedique-se a ele. Descreva seu perfil físico. Pare a narrativa para depois retomá-la com uma cena: uma brincadeira, uma briga, algo que tenha diálogo.

Julie Fank: Em casa por conta da pandemia? Aproveite para organizar e investigar a própria biblioteca. Pegue um dos seus livros preferidos e, com caneta em mãos, passe a investigá-lo. Busque decifrar como aquele livro se sustenta sob a ótica da linguagem. Em seguida, escreva um texto “emulando a composição literária feita pelo autor”. Calma, a ideia não é publicar, mas reproduzir o traço da mesma forma como se faz para aprender a desenhar ou tocar violão. “Não há melhor ensaio.” No Instagram (na conta @juliefank) há uma série de exercícios do tipo reunidos na hashtag #quarentenaporescrito.

 

TRÊS LIVROS PARA MELHORAR A ESCRITA E AGUÇAR O OLHAR NAS LEITURAS

Escrever Ficção: Um Manual de Criação Literária, de Luiz Antonio de Assis Brasil (Companhia das Letras): publicado em 2019, reúne a experiência do autor ao longo de mais de 30 anos ministrando cursos de escrita criativa. Em suas 400 páginas há reflexões sobre o que é ser ficcionista, caminho para a escrita de um romance linear e aulas sobre personagem, enredo, tempo, espaço e estilo.

Como Funciona a Ficção, de James Wood (Sesi-SP): amado por uns e repudiado por outros, este livro do crítico literário britânico James Wood, que fez fama escrevendo para a revista The New Yorker, merece a atenção. Na obra, o autor se apoia em grandes livros de nomes como Henry James e Flaubert para investigar as engrenagens da construção narrativa e de como a realidade é ou costuma ser representada na literatura.

Ficcionais — Volumes 1 e 2, organizado por Schneider Carpeggiani (CEPE): Ana Maria Machado, Ronaldo Correira de Brito, José Castello, Bernardo Carvalho, Silviano Santiago, Maria Valéria Rezende... Esses são alguns nomes que relatam suas histórias nesses volumes que reúnem depoimentos de escritores contando como funcionam seus processos de criação. Ana Paula Maia revela ter tido inspiração para um romance na fila do açougue, enquanto Antonio Xerxenesky lembra de ter utilizado o game GTA V na hora de construir cenários.

 

RODRIGO CASARIN é jornalista. Mantém o blog e podcast Página Cinco, no UOL.