ENTREVISTA | O tradutor de milagres 11/08/2025 - 11:57
por Marianna Camargo
Reynaldo Jiménez é escritor, tradutor, ensaísta e poeta. Nasceu em Lima (Peru), em 1959, e vive em Buenos Aires desde 1963. Ele conseguiu a façanha de traduzir para o espanhol a obra Catatau (2014), de Paulo Leminski, lançada em Madri (Espanha), depois com reedição revisada e editada, em 2019 e 2023. Do mesmo autor, traduziu Ahora es que son ellas (2022).
Jiménez traduziu obras assinadas por autores(as) brasileiros(as) da mesma escala de importância, como Galaxias (2012/2013) — edição revisada e corrigida (2014) — Transcreación: La práctica del traducir (2023), de Haroldo de Campos; três obras de Josely Vianna Baptista: Los poros floridos (2001), Roza barroca (2016) e a coletânea Moradas nómades (2019); com Ivana Vollaro traduziu dois livros de Arnaldo Antunes: Instanto (2013) e Palabra Desorden (2014); e El infierno de Wall Street (2015), de Sousândrade.
Escreveu cerca de vinte livros de poesia, compilados sob o título Ganga, pela editora Libros de la Resistencia, de Madri, até o momento com três volumes lançados, entre 2021 e 2025. É autor de diversas antologias, ensaios e compilações. No Brasil publicou Shakti (2005), com seleção e tradução de Claudio Daniel.
Traduziu do francês — e selecionou — três amostras poéticas de César Moro: Espejo ardiente y otros poemas (2016), Renombre del amor y otras versiones (2017) e Praderas temporarias (2017). Criou e dirigiu, com Gabriela Giusti, a revista tsé-tsé, entre 1995 e 2008.
Participou de inúmeros eventos literários e performáticos, além de ter realizado oficinas de escrita e palestras na Argentina, Alemanha, Uruguai, Peru, Chile, Brasil, Equador, Espanha, Estados Unidos, México, Paraguai, Venezuela e Costa Rica.
Direto de Buenos Aires, Reynaldo Jiménez conta, em entrevista exclusiva para Marianna Camargo, editora do jornal Cândido, como foi todo o processo de tradução de Catatau para o espanhol, como foi recebido nesse idioma e no país (Espanha) e quais os principais desafios e exigências para realizar um trabalho — de uma década e meia apenas na primeira versão — tão complexo e colossal dessa obra icônica de Leminski, que completa 50 anos em 2025 e a qual o autor dedicou-se por oito anos, dos 20 aos 28. Jiménez endossa, "Esta obra é um milagre, portanto irrepetível", conclui.
Quais foram as principais barreiras/dificuldades para traduzir uma obra com tantas variações/referências linguísticas como o Catatau? Conte um pouco como foi o processo de trabalho de tradução, por favor.
O principal obstáculo para encarar a tradução de um texto — exigente, mas libertador — como Catatau, em todo momento foi a minha própria inoperância. Eu queria, a princípio, ‘traduzir bem’ e acabou que a obra se estrutura justamente num desfiamento, numa liberação material-sintática de fixações nacionais. Catatau é uma crítica em ato à mentalidade dominante, à naturalização imperativa de qualquer reducionismo da experiência. Diante da própria resistência (des)estruturante do texto em sua sintaxe, o foco perceptivo teve que ser deslocado e removido. Como não se trata de "um livro bem escrito" mas sim de uma obra caótica, não há como "traduzi-lo bem", nem como transformá-lo em "um dos nossos". Exige qualidades muito mais impecáveis do que a habilidade cognitiva usual de habituação. Em vez disso, esse processo de desconstrução envolveu um equivalente à desaprendizagem, com todo o rigor alegre da compreensão.
A ineficácia que assumo como sua base envolve fatores de vários tipos. Acima de tudo, insisto, que o próprio diagrama-rota-partitura-filigrana — isto é, o compósito leminskiano — reclama, em princípio, para si: a alteração psico-deslizante do ponto de vista. Inclusive a possibilidade de sintonia por via de um terceiro ouvido, como poética reverberante em ação (um monólogo dramático cuja primeira voz não cristaliza nem coagula uma identidade).
Em última análise, ele abandona a própria noção de um ponto de vista exclusivo (para assumir, em vez disso, uma visão multifacetada e uma fenomenológica contínua), bem como o "ponto de aglutinação" que supostamente une entendimentos coletivos. Em outras palavras, o jovem Leminski desperta um tipo de entusiasmo pela escrita que perturba a mentalidade, tanto em termos de preceitos literários quanto de percepção (de um "Real"). Uma coisa está inextricavelmente ligada à outra.
Comecei a ler o livro na década de 90, mas só li "de cabo a rabo", com a ideia de o traduzir, mais de uma década depois. Mas como o Catatau é um instrumento para falhar cada vez melhor (diria Beckett), uma vez que conduz a um desengajamento mais completo — aquele instante de remover gradualmente a interferência do tradutor intérprete para dar lugar ao intérprete isomórfico, se não ao re-impregnador —, levei mais um década e meia de avanços e recuos. A essa altura, percebi, é claro, o belo desafio que se colocava: acomodar tal anomalia, que nem sequer seria replicada na própria obra do autor. A inutilidade suprema: nem sequer útil para a literatura do reconhecimento de identidades, sua obediência a toda a sorte de elementos (morais) preexistentes. Entrei então num período de verdadeira alteração. Passar muitas horas tentando traduzir me colocou em estado de viagem. A intervenção da tradução me deixou literalmente tonto, agindo sobre mim como uma espécie de enteógeno, com conotações alucinatória, devo à penetração do receptor-percipiente na expansão microscópica e molecular que torna o material (contra tópico) que Catatau que põe em movimento. Essa coisa de fala, dos pequenos sussurros, do balbucio do lunfardo, de começar frases que não terminam nem mudam de assunto e de sempre esquecer o que veio antes, desfaz os temas num entrelaçamento de veios alternados, que concorrem através de estratos, contrastes e desvios, com um alteração de tempo e espaço.
À custa da dissolução da narrativa linear, nadamos nas reminiscências incorporadas da textura. A unidade aristotélico-cartesiana é detonada, e assistimos a uma espécie de solilóquio joyceano — uma dilatação, em mais de duzentas páginas, talvez de um único instante — que nos ajuda, ao mesmo tempo em que nos obriga, a esquecer, por um momento, senão para sempre, aquilo que o argentino Néstor Sánchez, outro autor milagroso à sua maneira, chamou de "a televisão do século dezenove": o Romance. O qual, é claro, continua sendo o bastião do mercado editorial (e acadêmico), onde a figura pública do escritor é confinada a uma de duas possibilidades: o "intelectual" nos trilhos da especialização ou o romancista pop, agente do entretenimento.
Depois, resolver a versão, amassando (e desamassando: tentando devolver ao fato indômito constitutivo, inerente a uma peça despremeditada como está) o que eu havia trabalhado por até ali, até certo aguçamento autocrítico, para a terceira versão de Catatau (sentia que poderia ser compartilhada, mais como um work in progress do que uma tradução definitiva, em 2014, quase — eu diria — como um gesto autoral), consegui finalmente me doar à possibilidade de "traduzir mal", traduzir menos, permitir os dar lugar aos eflúvios e repercussões isomórficas, como se a voz fosse uma máscara tênue, estrangeira naquela indeterminação oscilatória em que a obra permeia, conotando. Isto é, atingir alguma equivalência de relevo, ao menos afim, senão (a)similar, ali onde, com toda a precisão e malícia (malícia leminskiana que destranca nuances cada vez mais infra finas que desolam a própria estrutura cerebral que pedia "mais literatura" ou mais do mesmo, e com efeito: "Riso" em vez de "O Romance"), a sintaxe, o movimento prosódico, são cuidadosamente alterados.
Foi, repito, ao mesmo tempo emocionante e exaustivo embarcar nesta aventura. Mergulhar numa língua românica (recriada), ou melhor, numa língua parababeliana, descobrindo, aos poucos, camada por camada, o ensaio que este livro esboça nas entrelinhas sobre a situação americana. Desmistificar cada vez mais, em todas as direções, esse jargão hieroglífico, o encontro com aquele ovo-zero egípcio, isto é, a potência criadora que envolve a palavra, aquele "ovo do grande corvo". Depois de me surpreender, seguindo a chave polissêmica do próprio título do livro, com o emblema múltiplo do endês, a chave arrítmica da afinação mutável, encontraria essa referência em A Farmácia de Platão (1985), de Derrida, texto que deixei de levar em conta ao escrever "Sobre o Endês e Seu Demais", ensaio que acompanha a tradução como duas partes de um único ato crítico. Lembremos que a ilustração hieroglífica da capa da primeira edição brasileira, cuja criação Leminski sem dúvida participou, poderia nos remeter, de certa forma, aos hieróglifos de Novalis: "Será a idade de ouro em que todas as palavras se transformarão em palavras-figuras — mitos — e todas as figuras em figuras "verbais", hieróglifos — quando aprendermos a falar e a escrever figuras e a musicar as palavras e a torná-las plásticas de maneira perfeita."
Assim, a segunda e a terceira edições em espanhol (de um texto que não é, de forma alguma, escrito em português) constituem a quarta versão, que, muito mais isomórfica (insisto: traduzindo cada vez menos), poderia ser considerada a última dentro do meu escopo. É claro que, pelas próprias características do livro, a possibilidade de projetos e perspectivas futuras de tradução permanece sempre em aberto.
Na introdução da versão em espanhol de Catatau, você se refere à obra como um "romance-ideia", em que o próprio Paulo Leminski chamou de "falha do leitor", escapando efetivamente a qualquer percepção meramente descritiva que se pudesse presumir completa de antemão e, portanto, dotada de uma consistência predeterminada. Qual o impacto e a recepção da tradução de um livro como Catatau para falantes/leitores do idioma espanhol?
A propósito: falar de leitores da Espanha é muito diferente de falar de leitores na América Latina, onde, além disso, cada região tem tradições locais e mentalidades teimosamente diferentes. Catatau, sem dúvida, circulará, imagino, meio secretamente, entre leitores não menos aventureiros quanto à natureza mestiça da obra.
Por enquanto, para dizer de forma eufemística, a recepção crítica permanece discreta. Certamente não conheço muitas pessoas que tenham se deixado levar pela natureza sinuosa e mutante do livro. Mas imagino que deva haver leitores um tanto quanto libélulas por aí, fora do alcance das luzes do Centro. A propósito, no ano passado, ofereci um seminário virtual com leituras orais e físicas da obra, com a presença de um punhado de leitores apaixonados e estudiosos de diferentes países, interessados justamente na dificuldade central que ela oferece, como um desafio aos hábitos de intelecção.
A poesia de Leminski, assim como parte de sua prosa, goza de razoável circulação no mundo hispânico. Não é o caso de seus dois "romances": Catatau, muito elogiado, e o muito diferente Ahora es que son ellas, sobre o qual valeria a pena falar mais — como Boris Schnaiderman certa vez exigiu, sem muita resposta –, que também traduzi e foi publicado, admitem certo número de seguidores, semelhantes a "obras de culto". A edição de 2014 recebeu algumas resenhas na imprensa e a edição curta desapareceu rapidamente das poucas livrarias — aliás, foi incluída no catálogo da Descierto, uma "editora independente" — em um circuito muito local, limitado a certos enclaves de Buenos Aires.
Posso contar duas breves anedotas sobre receptivos locais. Me lembro de quando uma comentarista de livros de televisão, ao saber do lançamento deste livro — cujo autor ela nem sequer conhecia de nome, e a informei brevemente sobre ele — proclamou, após alguns minutos (sobre um livro que, digamos, levou oito anos para ser escrito): "Parece um epígono de Guimarães Rosa", descartando-o, naquele momento, de qualquer consideração posterior. Essa rejeição aconteceu, para meu desgosto, em 2014. Há alguns anos, soube por um professor envolvido que um professor universitário de literatura brasileira em Buenos Aires, naquele exato momento, estava dedicando um período de estudos a Catatau, preferindo não se basear em nossa tradução, publicada há pouco tempo na mesma cidade e, portanto, acessível aos alunos, mas sim em um filme feito a partir do livro (cuja edição extremamente delicada é precisamente verbalmente necessária) porque, nas palavras do professor, "alunos comuns não têm capacidade para ler um livro assim". Em outras palavras, um professor teria passado semanas trabalhando em um livro cuja leitura — mesmo traduzida e mesmo com quaisquer limitações que pudesse ter — era desencorajada, justamente entre os poucos jovens que, presumivelmente, estarão imbuídos de perspectivas artísticas (e críticas) sobre o uso das palavras. Os escritos são de pouco interesse; os escritores, de mais.
Quanto à edição espanhola, persiste uma descrição sepulcral. Até o momento, nenhuma editora mexicana, colombiana, peruana, chilena, uruguaia, etc., demonstrou interesse em publicar o livro em seu próprio país, embora Leminski seja um poeta famoso — também por ter escrito Catatau: o título costuma ser mencionado como parte de um currículo e pronto. Catatau não só não passa pelos rigorosos filtros atencionais exigidos, como também questiona deliberadamente qualquer indício de submissão da palavra a um domínio, a uma reserva, a uma inflação territorial (ou identitária). Sua paixão também ilude delirantemente aí: na transfronteiriça, na possibilidade de uma atenção periférica capaz de se alimentar também do acontecimento inaugural ou epifânico, do elemento mágico que abole o clichê. Em Catatau, a quebra da convenção literária não é um gesto transgressivo, no mesmo sentido de uma progressão linear na história da literatura, mas sim um evento de translinguagem (um gesto altamente político). O hápax primordial, assim convocado, é sustentado pelos poderes irredutíveis da sílaba semente, atravessando os estratos do étimo: nesse sentido, Catatau, como o duende de (García) Lorca, sempre ascende e recircula de baixo para cima.
Ainda sobre o processo de tradução, você diz que desistiu da ideia de acrescentar um glossário de termos brasileiros. Essa decisão teve como critério não deixar óbvia a própria experimentação da linguagem usada por Leminski e/ou também não desvendar explicitamente e deixar "frestas" ou "pistas" para que o leitor pudesse seguir esse mapa conforme sua bússola de conhecimentos, repertórios, referências? Qual foi o critério utilizado?
Principalmente deixar soar e ressoar, já que o têxtil catatônico atua e impregna por estratos e ressonâncias. Cantam os étimos e se desfiam na encantação, não há linhagem racional-metafísica senão propiciação mágico-lisérgica. É preciso ler sílaba por sílaba, signo a signo, interstício a interstício. A festa é hieroglífica: não há deciframento senão um apagar das memórias em presente contínuo. Assiste-se ao microdrama matérico, é preciso colocar-se em posição multânime, molecular, magmática, (por que não) "cosmético-caótica". Mais ou menos esse seria o critério.
O livro é tão poroso que admite as erratas (trabalhando com as distintas edições, posso assegurar que todas reparam lugares anteriores, todas voltam a errar em novos lugares e o livro não se vê, por isso, em absoluto, prejudicado; é um caso muito raro). Pode-se ler começando por qualquer página. Os termos eliminados não seriam só brasileirismos, mas expressões de gírias do desbunde, jogos pessoais de palavras que se acredita mais ou menos entreouvir, referências a outras obras, é claro, tudo o que será tarefa para pessoas mais capacitadas do que eu. Não me oponho a que algum editor queira incorporar algum dia esta tradução a uma edição que além disso possa incluir glossários, notas filológicas, detalhes etimológicos, índice onomástico, etc., ficando essas tarefas em mãos idôneas que possam complementar, posto que talvez não seja ruim apoiar a circulação da obra com um pouco de alento pedagógico, assinalando chaves. Também é certo que muito disso está exposto com amplitude diversa no extenso ensaio que anexei à tradução.
Paulo Leminski escreveu Catatau entre os 20 e os 28 anos. Você considera que o livro contenha uma força criativa também pela pouca idade dele à época ou você considera que não tenha sido um fator realmente decisivo na questão da ousadia estética e literária?
Esta obra é um milagre, portanto, irrepetível. Admiro toda a obra de Leminski, mas acredito que este seu primeiro livro permanecerá inesgotável por muito tempo. Seu anacronismo, se não sua ucronia (essa maneira indomável de situar), sua insistência em reinventar um balbucio transancestral, o tornam atemporal, incapaz de envelhecer. Estamos apenas começando, de modo muito geral, a vislumbrar destinos diferentes para a escrita artística, e Catatau será uma peça cada vez mais essencial nesse sentido, o que implicará claramente uma relação diferente com a(s) escrita(s). Isto é, para além dos ataques e fixidezes da mera mentalidade, em seu zelo imperativo, em seu cerceamento da experiência, que este livro singular, aliás, deixa passar (para outra coisa) por cada poro silábico. Novamente: vale a pena assumir aos poucos essa mutação do lugar do leitor, por que não? Pensando então em um leitor renovadamente inseguro de seu próprio escopo e determinações, interessado porque inseguro de si mesmo. Os dois breves manifestos que Leminski acrescenta ao final da obra corroboram que a questão é o leitor. De repente, o livro nos lê, de cabo a rabo. Um enigma material. Portanto, dessa perspectiva multidimensional, prevejo que teremos Catatau por um tempo.
Você disse que "traduzir Catatau significaria ganhar uma nova sintaxe. Sou um sintaxista, mas num fervor tropicalista, ou paratropicalista (já que Leminski, de qualquer forma, expande essa noção)". Após esta tradução, algo mudou em sua forma de trabalho ou como se depara e se prepara para uma nova empreitada na área?
Esta tradução foi, em todos os sentidos, também a duração do processo envolvido e o tratamento sustentado do informe, uma experiência marcante para mim. Quando digo "informe", me refiro ao que disse Lezama Lima: "O informe se apresenta como o devir do ser capturado ao atingir seu ápice. A forma não pode mais ser definida como o estágio final da matéria, mas sim como o momento mais efetivo para que o movimento seja capturado sem ser interrompido."
Há algum projeto literário e/ou escritor(a) que se aproxime do que Leminski produziu com Catatau?
A obra de Leminski é plural. Sim, falamos em particular sobre Catatau, não, não existe outro livro assim que eu conheça. Não há como fabricar milagres. Na verdade, Catatau não responderia a um evento literário programático, mas a um evento de desprogramação nocional.
Em quais projetos você está se dedicando atualmente?
Na tradução, concluí a obra completa da A Invenção de Orfeu, de Jorge de Lima, iniciada durante a pandemia em 2020. Assim como outras obras cuja tradução não foi encomendada pela editora, mas sim pela necessidade de estudá-las em profundidade — e que é a melhor maneira de habitar um texto literário do que através da meticulosidade da tradução —, espero que seja publicada com um extenso ensaio-notas do tradutor, também concluído. Do catalão, e por desejo de aprender essa língua, precisei traduzir dois livros de poesia do grande J.V. Foix, material inédito e em busca de editor. Continuo a expandir versões dos poemas "franceses" do peruano César Moro, aguardando uma nova edição de tão contundente material. Acabei de terminar uma primeira versão do Décimo Primeiro Canto de O Guesa, de Sousândrade (anteriormente o Décimo Canto ou O Inferno de Wall Street) e, no ano passado, o Segundo Canto chamado Tatuturema, que provavelmente será publicado em breve no México. A ideia é um dia ter uma versão completa, e igualmente digna, desta obra traduzida. Por outro lado, o terceiro volume de Ganga, que reúne alguns livros meus de poesia, acaba de ser publicado na Espanha.
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Marianna Camargo é jornalista, escritora e editora do jornal Cândido. Possui especialização em Gestão Cultural Comunitária, pela Universidade da República do Uruguai (Udelar) e Gestão de Informações Públicas e Base de Dados (Agesic/Governo Federal do Uruguai).