Cândido indica - 108 28/07/2020 - 11:57

O Sol na Cabeça

Geovani Martins, Companhia das Letras, 2019

O Rio de Janeiro do século XXI é cenário para os 13 contos desta obra de estreia, vencedora do Prêmio Rio de Literatura. Para explorar o substrato da “Cidade Maravilhosa”, o autor carioca dá voz a crianças e adolescentes que moram em favelas e narra seus prazeres possíveis, como um banho de mar ou um baseado, sem deixar de lado a constante violência e discriminação racial. Para o escritor paulistano Marcelo Rubens Paiva, trata-se do “livro mais importante da literatura recente”.

Roverandom

J. R. R. Tolkien, Martins Fontes, 2002

Trad.: Waldéa Barcellos

Do mesmo autor da trilogia O Senhor dos Anéis e O Hobbit, o livro nasceu quando, em uma visita à praia, o filho de Tolkien perdeu um cachorro de brinquedo que adorava. Para consolá-lo, o pai inventou esta história sobre um cão de verdade que, pelas mãos de um mago, transforma-se em brinquedo e acaba indo à Lua e ao fundo do mar. A narrativa, de ritmo leve e rica em jogos de palavras, levou 70 anos para ser publicada na Inglaterra.

o sol na cabeça
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Nostalgia

Mircea Cartarescu, Mundaréu, 2018

Trad.: Fernando Klabin

Uma aura de sonho perturbado dá o tom deste romance de estreia, que originalmente teve trechos retalhados pela censura romena. Dividida em cinco partes, a narrativa mescla memória e fabulação para reconstruir períodos da infância e adolescência, com todas as transformações e desejos próprios dessas fases. Vencedor dos mais prestigiados prêmios literários europeus, o autor é cogitado como possível primeiro Nobel de Literatura da Romênia.

As Coisas Simples

Fábio Campana, Travessa dos Editores, 2019

Por mais que tenha a noite como pátria, como o eu lírico sugere no poema “Pequeno deus”, este conjunto de versos também parece resvalar em uma noção de que se encontra luz em meio à escuridão. Com uma levada melancólica, Campana utiliza um personagem em diferentes épocas da vida para discutir questões caras ao homem — paixões, ausências, finitude, morte e o doloroso amadurecimento, pois “o menino, aquele, que ensaiou papéis de heróis, já não existe”.

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