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Dalton Trevisan

Escritor símbolo de Curitiba, Dalton Trevisan foi tema de duas capas do Cândido. Em junho de 2012, pouco depois de o Vampiro receber o Prêmio Camões de Literatura, o jornal publicou um especial de fôlego sobre sua trajetória — com direito a artigos de especialistas, reportagens, depoimentos de autores consagrados, textos memorialísticos e um ensaio fotográfico inspirado em seus livros. Exatos três anos depois, Trevisan apareceu em outra capa, desta vez ao lado de Rubem Fonseca. O gancho era o aniversário de 90 anos dos dois renovadores do conto brasileiro, e Luiz Rebinski assinou uma reportagem em que traçava paralelos entre seus percursos literários. O escritor ainda publicou material inédito no jornal e teve a história Uma Vela para Dario adaptada para os quadrinhos por Fabiano Vianna.

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       Cartum de Caco Galhardo (edição 11, junho de 2012)
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           Cartum de José Aguiar (edição 11, junho de 2012)

“O maior escritor do Brasil mora a poucas quadras da minha casa. Soa confortável dizer isso. Mas vamos reelaborar, por justiça prosaica, até. Que seja. Eu é que moro a poucas quadras do maior escritor do Brasil. Ponha-me, eu, no meu lugar. Soa ainda mais confortável. Nós, paranaenses, nós, curitibanos, estamos mais do que acostumados a nos sentirmos periféricos, extrajogo, descontáveis. Com tudo, reconheçamos, que possa haver também de bom nessa posição, nessa situação. Se é verdade que temos que fazer muito mais barulho para garantir qualquer atenção, é fato também que contamos por vezes com um fator ‘pasmo’ que nos concede certas benesses. Tipo ‘nossa, eles sabem fazer [... preencha a contento...] lá naqueles matões!’. Mas aí soa mornamente vingançoso dizer com todos os foneminhas que, afinal, o maior escritor do Brasil mora aqui, a poucas quadras da minha casa.”

Trecho do texto “Invisibilidade — Ele Mora Aqui do Lado”, de Caetano W. Galindo (edição 11, junho de 2012)