Veja ensaio de João Urban publicado na revista Helena 04/01/2013 - 10:10
De meados dos anos 1960 até o final dos anos 1970, houve uma grande evasão da população do interior do Paraná, ocasionada pela mecanização da lavoura, pela erradicação do café e pela expansão da pecuária. Uma imensa extensão de florestas naturais foi substituída por lavoura de soja e por árvores exóticas. Tudo isso gerou grande desemprego e êxodo. Quase três milhões de pessoas saíram da área rural do Paraná nessa época. A grande maioria deixou para trás sua tradição de agricultores, de homens e mulheres do campo, fazendo crescer as favelas e ampliando os patamares da miséria nas cidades maiores, que não contavam com estrutura para receber os novos habitantes.
A movimentação da população foi tão intensa, que o Governo do Estado do Parana, que era nomeado pela ditadura da extrema direita, numa tentativa de conter a migração, desativou o trem de passageiros que vinha do norte do Paraná. Outra parte desse contingente se abrigou nas periferias das cidades menores e de porte médio, próximas das áreas de plantio e das grandes lavouras, passando a viver como trabalhadores diaristas e sazonais ou trabalhando na limpeza de plantações de cafezais que restaram após a grande geada de 1975. Por levarem sua comida pronta, feita na noite anterior e por comê-la fria, por não haver como aquecê-la, tornaram-se conhecidos como boias frias.
As fotografias publicadas aqui foram feitas por João Urban entre os anos de 1977 e 1981, resultando, posteriormente, no livro Boias-Frias, Tageluhner in Suden Brazilien, publicado em 1984 por uma editora alemã. Em 1988 a Fundação Cultural de Curitiba reeditaria o livro com com o título de Boias frias, vista parcial.
A movimentação da população foi tão intensa, que o Governo do Estado do Parana, que era nomeado pela ditadura da extrema direita, numa tentativa de conter a migração, desativou o trem de passageiros que vinha do norte do Paraná. Outra parte desse contingente se abrigou nas periferias das cidades menores e de porte médio, próximas das áreas de plantio e das grandes lavouras, passando a viver como trabalhadores diaristas e sazonais ou trabalhando na limpeza de plantações de cafezais que restaram após a grande geada de 1975. Por levarem sua comida pronta, feita na noite anterior e por comê-la fria, por não haver como aquecê-la, tornaram-se conhecidos como boias frias.
As fotografias publicadas aqui foram feitas por João Urban entre os anos de 1977 e 1981, resultando, posteriormente, no livro Boias-Frias, Tageluhner in Suden Brazilien, publicado em 1984 por uma editora alemã. Em 1988 a Fundação Cultural de Curitiba reeditaria o livro com com o título de Boias frias, vista parcial.