Concurso

Prêmio Paraná de Literatura 2014 anuncia vencedores

Operação Impensável (Vanessa Barbara), Fios (Sônia Barros) e No Início (Adriana Griner) foram escolhidos entre as mais de 600 obras inscritas


Da Redação


A Biblioteca Pública do Paraná (BPP) divulgou na última semana de novembro os títulos dos livros vencedores do Prêmio Paraná de Literatura 2014. Em sua terceira edição, o concurso da Secretaria da Cultura do Estado (Seec) selecionou obras inéditas, de autores de todo o País, em três categorias que homenageiam figuras importantes da literatura paranaense. O júri apontou Operação impensável, de Vanessa Barbara (SP), como o melhor romance (prêmio Manoel Carlos Karam). No início, de Adriana Griner (RJ), venceu a categoria contos (prêmio Newton Sampaio). E Fios, de Sônia Barros, foi o destaque entre as obras de poesia (prêmio Helena Kolody).

Cada autor receberá R$ 40 mil e terá sua obra publicada pela Biblioteca Pública, com tiragem de mil exemplares. A entrega oficial dos prêmios e o lançamento dos livros acontecem no dia 12 de dezembro, em um evento na BPP. Neste ano, a comissão julgadora, formada por nove membros, avaliou 636 trabalhos. Elvira Vigna, Regina Zilberman e Lourival Holanda foram os jurados da categoria Romance. Cíntia Moscovich, Antonio Carlos Viana e Paulo Venturelli escolheram o melhor livro de contos. Luci Collin, Augusto Massi e André Seffrin analisam as obras de poesia. A comissão foi presidida por Rogério Pereira, diretor da BPP.

“O Prêmio Paraná tornou-se rapidamente um dos mais importantes do Brasil. Prova disso é que boa parte dos livros vencedores nos anos anteriores acabaram ganhando edições por grandes editoras brasileiras”, diz Pereira. “Esse tipo de concurso é fundamental para fortalecer a literatura brasileira, chamando a atenção dos leitores para excelentes livros de autores contemporâneos. Para 2015, estudamos a possibilidade de incluir a categoria infantojuvenil”, completa.

A jurada Luci Collin também destaca o prestígio adquirido pelo Prêmio Paraná em apenas três edições. “É o que indica o elevado número de participantes nas três categorias do concurso. Foram muitos inscritos e, embora alguns ainda se mostrem presos a padrões poéticos, temas e estruturas algo desgastados e menos inventivos, a maioria apresentou um bom domínio dos elementos que caracterizam a poesia”, avalia.

Para Cíntia Moscovich, o processo de seleção dos livros inscritos no concurso revelou uma variedade na produção. “Tivemos contato com uma miríade de expressões narrativas, muitas vezes com a interpenetração de gêneros, linguagens e inquietudes. Isso, per si, não é bom ou ruim. É uma característica do que se pratica em termos atuais”, afirma.

Lourival Holanda, jurado da categoria Romance, acredita que o Prêmio Paraná cumpriu sua função de promover e dar visibilidade à criação literária do momento. “Um concurso literário pode ser um dos modos de sentir o pulso da qualidade inventiva de um tempo — de que o texto dá testemunho. Além disso, a Biblioteca Pública do Paraná augura ser a pedra angular de uma carreira literária e ajuda a estimular novos projetos literários”, diz.

Os vencedores

Fios se destacou por explorar a intertextualidade — passando, sobretudo, pelo universo da música, das artes visuais e do cinema — e por evidenciar um domínio formal no uso dos recursos rítmicos e de sonoridade que marcam o fazer poético”, justifica Luci Collin. Ela ainda afirma que os poemas da autora paulista Sônia Barros apresentam imagens aos mesmo tempo sutis e impactantes, que conferem beleza e densidade à obra.

Composto por contos inspirados em passagens do Antigo Testamento, No início, da estreante carioca Adriana Griner, cativou a comissão julgadora, segundo Cíntia Moscovich. A autora ressalta, como qualidades da obra, o forte sentido de unidade da narrativa, o viço da linguagem e a ousadia de revisitar o “livro dos livros”. “Chega a ser um alívio premiar só um volume. É o prêmio que se dá à convicção”, garante.

Operação impensável, de Vanessa Barbara (SP), apresenta um olhar feminino e contemporâneo sobre o eterno tema da guerra conjugal. Mas, de acordo com Lourival Holanda, foi sua linguagem que levou o trio de jurados a premiá-lo. “O livro foi escolhido por unanimidade pela deleitação inventiva, pelas nuances verbais, pela forma engenhosa e cativante de um estilo vivaz e pessoal. O tom irônico dá leveza e contundência à crítica aos valores do consenso cultural que ali se delineia”, diz.

Fios
noinicio
impensavel



Vencedores de outros anos

2012

Sergio Y vai à América | romance
de Alexandre Vidal Porto

Papis et circensis | contos
de José Roberto Torero

As maçãs de antes | poesia
de Lila Maia

2013

Meu primeiro morto | romance
de Jaci Palma

Ensaio sobre o entendimento humano | contos
de Caetano Galindo

Fábulas para adulto perder o sono | poesia
de Adriane Garcia

2014

Operação Impensável | romance
de Vanessa Barbara

No início | contos
de Adriana Griner

Fios | poesia
de Sônia Barros