Retrato de um Artista: Ernest Hemingway

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Ernest Hemingway nasceu em Oak Park, Illinois, nos Estados Unidos, em 1899. Sua prosa foi marcada pelas frases curtas e diretas, um texto enxuto que influenciou várias gerações de autores. Entre suas obras, destaca-se a novela O Velho e o Mar, livro que lhe rendeu o Prêmio Pulitzer em 1952. Hemingway era um dos autores da chamada Geração Perdida, grupo de escritores exilados na França nos anos 1920, do qual também fazia parte F. S. Fitzgerald.

Dois anos depois do Pulitzer, o autor ganhou o Prêmio Nobel de Literatura (1954). Em seu discurso, disse que “para o verdadeiro escritor, cada livro deveria ser um novo começo no qual ele tenta novamente algo que está além do alcance. Ele deveria sempre buscar algo que nunca foi feito ou que outros tentaram e falharam. Então, às vezes, com muita sorte, ele vai ter sucesso”. Hemingway suicidou-se em 2 de julho de 1961, em Ketchum, Idaho (EUA).



“Agora que a raiva tinha desaparecido, estava excitado com a nevasca, como sempre ficava com qualquer tempestade. Num vendaval, numa tormenta, numa súbita borrasca, numa tempestade tropical, ou numa chuva de verão com trovoadas nas montanhas, uma excitação sem igual o acometia. Parecida com a inquietação de uma batalha, com a diferença de que era limpa. Permeando uma batalha há um vento quente. Um vento quente e seco como a boca das pessoas. Que sopra com severidade. Quente e sórdido. Que cresce e morre com as ocorrências de um dia. Conhecia aquele vento muito bem.”

Trecho do romance Por quem os sinos dobram (Bertrand Brasil, 2004, pág. 253). Tradução de Luís Peazê.

Ilustração: Pedro Franz