Especial | Nicolau - Linha do tempo

Fevereiro de 1987

Professora Gilda Poli, então diretora da Imprensa Oficial do Paraná, procura René Dotti, Secretário de Cultura do governo Alvaro Dias, para imprimir um periódico cultural. Em reunião com os jornalistas Adélia Maria lopes e Aramis Millarch e também com Constantino Viaro, superintendente do Teatro Guaíra à época, articula-se a criação do jornal, tendo sido Wilson Bueno o nome escolhido para ser editor do projeto.

Julho de 1987

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É lançada a primeira edição do Nicolau. Com tiragem inicial de 168 mil exemplares e periodicidade mensal, o jornal viria a ser uma referência no jornalismo cultural brasileiro.

 

Agosto de 1988

Nicolau recebe prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte: melhor veículo de divulgação cultural de 1987.

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Setembro e outubro de 1989

Crise no Nicolau: criação de um Conselho Editorial do jornal causa desconforto na equipe, que opta por deixar a publicação. Só ficou o editor, Wilson Bueno. René Dotti, Secretário de Cultura da época, publica carta onde explica a situação, as demissões e a criação do Conselho Editorial. A equipe fez o mesmo e explicou suas razões em outra carta aberta. Ambas foram publicadas em jornais de grande circulação no Paraná.

 

 

Fevereiro e março de 1990

Nicolau adquire registro civil sob decreto do governador Álvaro Dias. O jornal passa a ser integrado, oficialmente, à Secretaria de Estado da Cultura. Por conta de uma reforma na administração do Estado, a periodicidade da publicação se torna bimestral e passa a receber aporte do Banestado.

Março de 1991

Mudança de governo: com Roberto Requião no gabinete, Nicolau se mantém.

Novembro de 1991

Jornal é eleito a melhor publicação cultural da América Latina durante o 23º Encontro Nacional de Escritores, que ocorreu em Brasília.

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Setembro e outubro de 1993

Nicolau alcança a marca de 50 edições.


Maio de 1994

Periódico é a única publicação da América do Sul escolhida pela Columbia University para participar de um projeto de distribuição em mais de 200 bibliotecas norte-americanas.

Setembro e outubro de 1994

Nova troca de governo. É publicada última edição com a participação de Wilson Bueno. 

 

Dezembro de 1994

Nicolau recebe prêmio da International Writers Association (IWA), como melhor jornal cultural do Brasil.

Início de 1995

É o início do fim do Nicolau. O novo secretário da cultura, Eduardo Rocha Virmond, interfere no veículo sob a alegação de propor um jornal mais plural, com várias influências intelectuais. Esgotadas todas as tentativas de diálogo com o novo secretário, Bueno e sua equipe, quatro pessoas, se demitem da redação do jornal.

Março de 1995

Bueno e Virmond trocam farpas na Folha de Londrina. O Secretário queria um jornal mais parecido com o New York Book Review. Para ele, o jornal precisava de novas influências, em detrimento do grupo intelectual de poetas que, na visão do secretário, controlavam o projeto.

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Meados de julho de 1995

Nicolau segue sob a responsabilidade da jornalista Regina Benitez e do próprio Eduardo Rocha Virmond. A periodicidade deixa de ser bimestral. O jornal seguiu com mais cinco edições, já descaracterizado daquilo que o transformou num grande veículo cultural. Em 1998 deixou de ser publicado.

Setembro de 1998

Lúcia Camargo assume a Secretaria de Cultura e extingue o Nicolau. Cerca de 30 escritores publicam o manifesto Governo do Paraná mata o Nicolau, que foi enviado para diversos escritores do país. Wilson Bueno afirmou que o jornal cumpriu o seu papel de criar um jornalismo cultural de vanguarda: “ele [o Nicolau] terminou sua tarefa no número 53 em 1994. Depois foi o que chamaria de caricatura feita com muito pouco talento.”