Editorial

Quem nunca esteve em São Petersburgo, mas já passou pela obra de Fiódor Dostoiévski, certamente guarda na memória uma cidade particular, consagrada pela literatura do gênio russo. Fria, opressiva, existencialista, não importa a marca, o fato é que Dostoiévski recriou a antiga capital do império russo em romances antológicos como Memórias do subsolo e Crime e castigo. Como o autor de Os irmãos karamazov, vários escritores tiveram nos centros urbanos um mote importante para compor suas obras, seja como pano de fundo ou inspiração.

Esta edição do Cândido busca discutir de que forma a cidade interferiu na ficção de grandes escritores, da literatura brasileira e estrangeira. O resultado desta investigação se apresenta em um especial, em que escritores e especialistas tentam delimitar quando, e de que forma, as cidades passaram a ser representadas com expressividade na literatura.

A edição ainda traz o filósofo e escritor Luiz Felipe Pondé, autor do best-seller Guia politicamente incorreto, que revela suas principais influências literárias na seção “Perfil do Leitor”. A pedido do Cândido, o escritor Luis Bras conversou com André Carneiro, um dos precursores da literatura de ficção científica no Brasil e que há mais de uma década vive em Curitiba. Carneiro revê a própria carreira e fala sobre sua extensa produção artística, que deixou marcas indeléveis na fotografia, poesia e pintura.

Entre os inéditos, Deonísio da Silva surge com o conto inédito “Rua Quinze de Novembro, sem número”, e o poeta Glauco Mattoso publica o poema “Cada malaco no seu malho [5554]. Já o músico Oneide Dee Diedrich faz sua estreia na literatura com o conto “Os (M) eus tolos argumentos.

Boa leitura.