Editorial

A década de 1930 foi um dos períodos mais férteis e intensos da literatura brasileira. Naquele momento surgiram alguns dos autores, e obras, ainda hoje festejados e comentados por estudiosos e leitores da ficção do Brasil. A lista é imensa e inclui Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, Jorge Amado e José Lins do Rego — isso para ficar apenas com o mais conhecidos. Esses autores escreveram romances que são fundamentais, mais do que a literatura, para a cultura brasileira como um todo.

O “Romance de 30” é o destaque desta 37ª edição e, para explicar o assunto, o Cândido convidou Luís Bueno para escrever um ensaio inédito. Bueno é professor de Literatura Brasileira na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e autor de Uma história do romance de 30, publicado pela Edusp e pela editora da Unicamp. No texto “Romance de 30: variedade a ser descoberta”, o especialista apresenta uma síntese do tema: “Os escritores — mas não só eles, os leitores também — mergulharam na vida brasileira em toda sua amplitude, seja geográfica, seja social. Todas as classes interessavam, todos os lugares, todas as raças, todos os sexos. Da Amazônia ao Rio Grande do Sul, todas as partes do país foram trazidas para a ficção.”

Uma reportagem a respeito de regionalismo e literatura, uma entrevista com professor da Universidade de Caxias do Sul João Claudio Arendt e um Making of sobre Vidas secas, de Graciliano Ramos, um dos romances mais relevantes da década de 1930, e de toda a literatura brasileira, completam este especial.

Boa leitura!