Editorial

Desde sua primeira edição, quando relembrou a trajetória do poeta Paulo Leminski, o Cândido tem dedicado grande parte de suas páginas ao resgate e à difusão da literatura paranaense. Portanto, em outubro não poderíamos deixar de homenagear Helena Kolody, que neste mês completaria 100 anos.

Oito anos após sua morte, Helena e sua obra seguem repercutindo no imaginário de leitores de várias gerações. De sua Cruz Machado natal, Helena passou a infância em Rio Negro e se fixou na capital paranaense.Foi professora — lecionou durante mais de 20 anos no Instituto de Educação do Paraná —, estabeleceu diálogo com inúmeros interlocutores — de Andrade Muricy a Wilson Bueno — e foi eleita para a Academia Paranaense de Letras.

Esta edição do Cândido refaz o percurso da autora, com reportagens, depoimentos, poemas, ilustrações, fotos e um importante resgate da participação de Helena no projeto “Um escritor na Biblioteca”, realizado na Biblioteca Pública do Paraná em 1986. Um documento histórico que contou com a preciosa colaboração da poeta Adélia Woellner e dos familiares de Helena.

Esta edição ainda traz uma grande entrevista com Zuenir Ventura, um dos maiores jornalistas do país, que acaba de lançar o romance Sagrada família, um relato memorialístico em que os anos 1940 servem como pano de fundo para ficção.

Entre os inéditos, o experiente diretor e dramaturgo curitibano Edson Bueno aparece com o instigante conto “Apocalipse”, na seção “Em busca de Curitiba”. Roberto Muggiati, outro curitibano, surge com “A teoria do aiceberg”, conto que mistura os ensinamentos literários de Ernest Hemingway a uma história de amor trágica. Na poesia, Alexei Bueno faz uma bonita homenagem a Carlos Drummond de Andrade no poema “A outra visita”.

As páginas da 15ª edição do Cândido ainda revelam as leituras de Gerald Thomas, na seção “Perfil do Leitor”, e a saga do romance O apanhador no campo de centeio, na seção “Making of ”.

Boa leitura.