Editorial

O experimentalismo na literatura é destaque da edição de julho de 2013 do Cândido. Uma ampla reportagem abre espaço para a reflexão sobre esse assunto, assim como a própria prática experimental, difícil de ser completamente decifrado. Dirce Waltrick do Amarante, professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), diz que literatura experimental é sinônimo de texto efervescente e apresenta uma lista de obras experimentais, de Finnegans wake, de James Joyce, a Catatau, de Paulo Leminski.

Vale tudo no experimentalismo? Ou, dito de outra maneira, toda experimentação é válida? André Conti, editor na Companhia das Letras, afirma receber diversos originais, sobretudo de prosa poética, que não o empolgam por serem relatos de experiências não muito ricas que não cumprem o que prometem. Carlos Henrique Schroeder diz que não existe literatura experimental, apesar de ele mesmo praticar uma prosa inventiva que escapa das classificações, além de sua militância à frente da Editora da Casa — selo que, acima de tudo, privilegia o experimentalismo, principalmente poesia e conto.

A edição também traz uma reportagem sobre uma geração de livreiros curitibanos que atualmente atuam em sebos. Eleoterio Burrego, Messias Gonzaga e Gil Cardoso, entre outros, são considerados os últimos vendedores-leitores — eles sabem que vender livro não é o mesmo que comercializar sapatos ou rolmops. Livro é outro fenômeno.

Os professores universitários e tradutores Caetano Galindo e Sandra Stroparo entrevistam o célebre tradutor, poeta e contista Paulo Henriques Britto, Eduardo Bueno (o Peninha) faz o making of da bíblia beatnik, On the road, de Jack Kerouac e o poeta Fernando Koproski estreia como contista na seção “Em busca de Curitiba”.

Saiba como é a rotina de leitura da atriz, ilustradora e artista visual Maureen Miranda e leia, com exclusividade, poema inédito de Arnaldo Antunes e o primeiro capítulo do romance Trova, de Carlos Eduardo de Magalhães.

Boa leitura.