Editorial

O século XX certamente representou um período de grande afirmação para a literatura brasileira. Desde a publicação de Os sertões, de Euclides da Cunha, em 1902, a cada década dos anos 1900 grandes autores e livros surgiram para estabelecer os alicerces da tradição literária brasileira. Foi o século do Modernismo, da Geração de 45 e das vanguardas. De escritores como João Guimarães Rosa, Dalton Trevisan, Graciliano Ramos, Carlos Drummond de Andrade, Nelson Rodrigues, Manuel Bandeira e tantos outros criadores fantásticos. E agora, no século XXI, o que podemos esperar?

A ideia de fazer uma enquete sobre os nomes mais promissores da literatura brasileira contemporânea, aqueles escritores que caminham para escrever seus nomes e obras na história, também serviu de mote para discutir como anda a ficção atual, quais são as preocupações dos autores, seus temas e personagens e se há, nesse grupo de escritores listados pelos especialistas consultados pelo Cândido, alguma conexão, traços em comum que os abarquem em torno da palavra geração.

A pauta também se desdobra em textos que discutem o conceito de clássico e de cânone, duas palavras bastante recorrentes quando se fala em literatura e que têm, ambas, definições variadas.

A edição ainda traz uma grande entrevista com o poeta baiano Ruy Espinheira Filho, que completa quatro décadas de poesia com a coletânea Estação infinita e outras estações, obra que reúne poemas publicados ao longo de mais de 20 livros. A pedido do Cândido, Alexei Bueno, outra importante voz da lírica brasileira, conversou com Espinheira Filho sobre a vasta e prolífica caminhada poética do baiano.

Na seção de inéditos, Severo Brudzinski vai “Em busca de Curitiba” com o conto “Até que o dia amanheça”. Outro contista, Luís Roberto Amábile, faz sua estreia nas páginas do Cândido com “O herói peludinho”. Assim como os poetas Joca Reiners Terron e Bárbara Lia.
Boa leitura.