Editorial

A relação entre literatura e cinema é quase tão antiga quanto a sétima arte. Em comum, as duas atividades têm em seu cerne a vocação para contar histórias, e este talvez seja o ponto de convergência que as atrai. Mais antiga, a literatura tem sido uma fonte inesgotável de temas e histórias desde que os irmãos Lumière botaram para funcionar o seu cinematógrafo, em fins do século XIX.

Dessa relação, que ao longo da história encontrou muitos percalços, originaram obras-primas que se enraizaram no imaginário popular. Com o cinema brasileiro não foi diferente. A presença de adaptações em nossa cinematografia sempre foi marcante. Esta edição do Cândido busca discutir de que forma se deu essa relação ao longo do último século e o que dela resultou. Daí a presença de matérias e textos críticos que falam sobre as adaptações de obras de Nelson Rodrigues e Jorge Amado — dois dos escritores brasileiros com maior presença em nosso cinema —, sobre clássicos da literatura — nacional e paranaense — levados ao cinema, além de reportagem que resgata a história de grandes romancistas que escreveram roteiros.

O número 14 do jornal ainda traz depoimento de Lourenço Mutarelli, que participou do projeto “Um Escritor na Biblioteca” em junho, além de texto de Nilma Lacerda sobre o papel das bibliotecas hoje, na seção “Livro e Leitura”. Entre os inéditos, destaque para dois experientes autores paranaenses. A contista Luci Collin discute a Curitiba contemporânea por meio de sua prosa experimental na seção “Em busca de Curitiba”; já Thadeu Wojciechowski, um dos poetas mais carismáticos do Paraná, aparece com o poema “enquanto é tempo”. .

Boa leitura.