Cândido indica

Chega de Saudade — A História e as Histórias da Bossa Nova
Ruy Castro, Companhia das Letras, 1990
Enquanto não surge uma biografia dedicada exclusivamente a João Gilberto (1931-2019), este livro pode ser uma opção para quem quer entender melhor sua vida e obra, ou simplesmente relembrar seu percurso. Aqui, Ruy Castro retrata, com riqueza de detalhes e fluidez, o Rio de Janeiro do final dos anos 1950 e início dos 60, período do surgimento e explosão da Bossa Nova. Mas a saga começa no interior da Bahia, terra natal de João — personagem mais do que presente em toda a obra.

Contos Reunidos
Moacyr Scliar, Companhia das Letras, 1995
Esta antologia de 1995 reúne alguns dos melhores contos do premiado autor gaúcho Moacyr Scliar (1937-2011). São 450 páginas, com 103 contos divididos nos mais variados temas (animais, profissões, personagens históricos, etc.). A partir de narrativas curtas e dinâmicas, Scliar consegue ser experimental e claro ao mesmo tempo, e dificilmente deixa de surpreender o leitor ao fim de cada texto. Destaque para os contos “Zap”, “As Ursas”, “O Velho Marx”, “A Balada do Falso Messias”, “A Orelha de Van Gogh”, “No Mundo das Letras” e “As Pragas”.

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Paradeiro
Luís Bueno, Ateliê Editorial, 2018
A cidade de São José dos Campos, em São Paulo, é palco para três personagens que têm em comum a doença e precisam lidar com a iminência da morte. As histórias, que se passam em períodos distintos, envolvem um jovem escritor tuberculoso, uma mulher com câncer que quer se suicidar e uma imigrante portuguesa com Alzheimer. Em seu romance de estreia, o professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Luís Bueno utiliza diferentes tons para contar cada uma dessas trajetórias, em um exercício literário preocupado em conciliar forma e conteúdo — como, por exemplo, na criação de monólogos sem pontuação para emular a confusão mental causada pela degeneração da memória ou na reprodução do estilo epistolar do final da década de 1930.

Pequeno Dicionário de Azuis
Fernando Koproski, 7Letras, 2018
Após duas décadas de dedicação à poesia, Fernando Koproski descobriu que ela “resultou inútil” e serviu “só para disfarçar / a minha incapacidade de amar”. De todo o tempo dedicado ao amor, também pouco levou: “o amor se revelou sofrível / capaz dos piores versos / e os mais sinceros impropérios”. Para além das constatações do eu lírico, essa trajetória de 22 anos de trabalho poético é reunida nesta coletânea de 660 páginas, que inclui poemas dos livros Manual de Ver Nuvens (1999), Nunca Seremos Felizes Como Agora (2009) e Retrato do Artista Quando Primavera (2014), entre outros. A obra também acompanha um CD e entrevistas feitas com o autor curitibano.