Biblioteca Paraná

Livro reúne peças finalistas do concurso de dramaturgia do Guaíra


Os cinco textos participaram do edital da Secretaria da Cultura que marca a reativação do Teatro de Comédia do Paraná


Da redação

gvf


O Núcleo de Edições da Secretaria de Estado da Cultura (SEEC) lançam em julho o livro Comédia Paranaense 2016 — Concurso de Dramaturgia do Teatro de Comédia do Paraná / 5 peças. A coletânea de textos teatrais é editada pelo selo Biblioteca Paraná e traz autores que participaram do Edital de Dramaturgia coordenado pelo Centro Cultural Teatro Guaíra em 2015. O projeto visa à reativação do Teatro de Comédia do Paraná (TCP), que durante 11 anos (entre as décadas de 1960 e 1970), foi a maior vitrine das artes cênicas do Estado. 

A peça vencedora, O homem desconfortável, de Edson Bueno, será montada (com direção de Alexandre Reinecke)e estreia em 1º de julho, quando o livro será lançado. Outros quatro textos selecionados pelo júri do edital fazem parte da obra: Janaína, não seja boba, de Roberto Innocente, Dinâmica de grupo ou o rato, a vaca, o porco e a galinha, de Luan Maciel, Pensamentos a serem evitados no leito de morte de uma criança, de Lucas Komechen e Guerra de saias, de Domingos Pellegrini. 

Para o secretário João Luiz Fiani, o TCP é uma conquista dos artistas do Estado e sua volta dá visibilidade a novos e consagrados dramaturgos do Paraná. “Durante décadas, o TCP foi o grande incentivador do teatro no Paraná e responsável pela produção de ótimos espetáculos, revelando diretores e atores. Mais do que a valorização dos autores locais, esta publicação também deixa clara aos leitores a pluralidade de vozes da dramaturgia contemporânea paranaense”, diz.

O crítico Valmir Santos, que escreve a orelha do livro e foi um dos jurados do edital, segue na mesma linha de Fiani ao apontar a polifonia de vozes e linguagens apresentada pelos autores. “Publicar esta seleta constitui gesto político-cultural. A dramaturgia vem ressignificando seu lugar no panorama recente do país que divisa a hegemonia do encenador na construção do espetáculo, na década de 1990, e a ascensão do teatro de grupo nos anos 2000, evidenciada pela criação colaborativa. O texto, de fato, nunca foi tão polifônico no centro da cena.” 

Vinte e quatro projetos foram inscritos no Edital e analisados pela comissão composta por Valmir Santos (jornalista e crítico), Marino Júnior (presidente do Instituto Curitiba de Arte e Cultura — ICAC), Laura Chagas (professora da Universidade Estadual de Maringá — UEM), Paulo Braz (curador do Festival Internacional de Londrina — Filo), Rogério Pereira (diretor da Biblioteca Pública do Paraná) e Alexandre Reinecke (diretor de teatro). 

História
O Teatro de Comédia do Paraná surgiu em 1963, com a finalidade de orientar e coordenar as atividades teatrais do Guaíra. O primeiro diretor do grupo foi Cláudio Correa e Castro, que montou Um elefante no caos, de Millôr Fernandes. No elenco estavam Paulo Goulart, Nicete Bruno, Lala Schneider, Sale Wolokita, Manuel Kobachuk, José Maria Santos e Joel de Oliveira. 

O TCP atuou durante 11 anos consecutivos e chegou a produzir até cinco espetáculos em apenas um ano. Em 1974, o grupo inaugurou o auditório Bento Munhoz da Rocha Netto (Guairão), com a peça Paraná, terra de todas as gentes, de Adherbal Fortes com direção de Maurício Távora. 

Também foram diretores do TCP Emilio Di Biasi (O Contestado), Oraci Gemba (O carrasco do sol), Ademar Guerra (Colônia Cecília), Volker Quandt e Joana Lopes (Vamos transar), Fátima Ortiz (O menino maluquinho), Lala Schneider (A sedução), Euclides Souza (A nuvem apaixonada), Celso Nunes (A vida de Galileu), Marcelo Marchioro (As bruxas de Salém), Edson Bueno (New York, por Will Eisner), Hugo Mengarelli (O incrível retorno do Cavaleiro Solitário), Flávio Stein (Barca de Venezia per Padova), Gabriel Villela (A aurora da minha vida), Felipe Hirsch (Os incendiários), Moacir Chaves (Memória) e Mariana Percovich (Medea material). Alguns desses diretores foram responsáveis por mais de uma montagem.