Biblioteca Afetiva

zeca
Li Menos que um, de Joseph Brodsky, há 14 anos, por indicação do escritor Miguel Sanches Neto. É um livro de ensaios. Foi uma leitura definitiva – em especial a descrição que o autor faz de sua rotina familiar num minúsculo apartamento de São Petersburgo, sem cozinha ou banheiro. Brodsky cresceu ouvindo os peidos dos vizinhos. Entendi a URSS ali. Impossível esquecer a maneira como o autor conta a história de Anna Akhmatova e seus versos escondidos pelo corpo, para que não fossem sequestrados pela KGB. Sanha de poeta.

José Carlos Fernandes é jornalista, colunista da Gazeta do Povo e professor da PUC–PR e da UFPR. Vive em Curitiba (PR).

Diogo

A escolha certa. do autor Og Mandino, é um livro que mostra a importância de você ir atrás do trabalho que realmente lhe dá prazer e satisfação. Conta a história de um grande executivo CEO de uma multinacional que aparentava ser realizado profissionalmente, mas no fundo era frustrado porque queria mesmo ser escritor. O livro conta sua trajetória de mudança atrás deste sonho, onde ele passa por inúmeras dificuldades, inclusive financeiras, em busca do que realmente acreditava. Ao ler A escolha certa, tomei uma atitude que mudou minha vida: pedi demissão do antigo emprego e fui atrás dos meus sonhos, pois o livro me ajudou abrindo meus olhos para que não deixasse o meu sonho escapar.

Diogo Portugal é comediante. Vive em São Paulo (SP)


roberto
Li aos 18 anos Nine Stories, publicado dois anos antes. Cada conto era uma revelação. Traduzi “Um dia perfeito para peixebanana” e publiquei na revista Senhor em 1962. É a pedra angular da família Glass, que ocuparia a maior parte da obra de Salinger. Seymour Glass mete uma bala na cabeça e vira lenda. A epígrafe do livro revela as intenções do autor: “Conhecemos o som de duas mãos batendo palmas. Mas qual é o som de uma mão batendo palmas? Um koan Zen.” E tem Uncle Wiggily in Connecticut, único texto de Salinger levado para a tela: My foolish heart/Meu maior amor (1949), de Mark Robson, não é mau. Susan Hayward recita diálogos inteiros, ipsis. E o filme lançou a canção, eterna favorita do jazz.

Roberto Muggiati é curitibano que botou o pé no mundo, começou na Gazeta do Povo em 1954, estudou jornalismo em Paris, trabalhou na BBC de Londres, foi editor de Manchete, Veja e Fatos e Fotos. Quarenta anos como autor, dos livros Mao e a China (1968) e Improvisando soluções: o jazz como estratégia para o sucesso (2008) — e mais a caminho. Vive no Rio de Janeiro (RJ).

lidia

Sempre gostei de Carlos Drummond de Andrade, em especial de um poema chamado “Biblioteca verde”, em que o poeta relata a alegria de uma criança ao ganhar os 24 volumes da Biblioteca Internacional de Obras Célebres. Esse poema fez aguçar minha curiosidade em conhecer essas obras. Quando comecei a trabalhar na Biblioteca Pública do Paraná, há 13 anos, pude conhecê-las e ver que são realmente maravilhosas.

Lidiamara Alvez Gross é a bibliotecária responsável pela Divisão de Coleções Especiais da Biblioteca Pública do Paraná. Vive em Curitiba (PR)